O diretor presidente da Bradesco Auto/RE, Ney Dias, afirmou que a Bradesco Seguros tem visto alguns sinais de estabilização nos preços dos seguros dos automóveis, após meses de maior pressão. As informações são do Valor Econômico.
Em cada carteira dentro do segmento auto, como carga, frota e individual, é vista “uma pressão diferente”, afirmou a jornalistas durante uma coletiva. “Alguns concorrentes até falam sobre preços que não estão razoáveis no mercado”, completou Dias.
Especialistas destacam que a queda do preço dos seguros de automóveis neste ano é resultado de uma combinação de fatores. Entre eles, a restrição de renda, que tem levado os brasileiros a optar por coberturas mais simples, e o fato das seguradoras apresentarem ganhos na linha das receitas financeiras com a Selic mais alta, dando a elas mais espaço para políticas de preços agressivas.
Para lidar com esse cenário, a Bradesco Seguros tem apostado na diversificação, de acordo com Ney Dias. “Temos um portfólio tão diversificado que conseguimos descobrir nichos mesmo dentro do automóvel e ganhar rentabilidade (…) Estamos atravessando esses momentos com um pouco mais de cautela, mas nos preparando para que, quando voltar essa racionalidade, possamos capturar o crescimento”, ressaltou.
Além do segmento auto, a Bradesco Seguros tem olhado para outras oportunidades no mercado. Para o executivo, lançar um produto voltado para pets e realizar ajustes nos planos de proteção de telefones com cobertura de aparelhos usados e não apenas dos novos já está nos planos da companhia.
O produto voltado a pets será oferecido para clientes de alta renda e depois expandido para o público geral. O segmento, segundo Dias, tem grande potencial. “Há 70 milhões de pets no Brasil e mais de R$ 80 milhões de gastos anuais”, afirmou.
De janeiro a setembro de 2025, a Bradesco Seguros registrou lucro líquido de R$ 7,3 bilhões, o que representou um crescimento de 11,4% em relação a igual período do ano anterior, com ROAE de 21,5%. O grupo segurador retornou à sociedade, na forma de indenizações e benefícios, R$ 44,2 bilhões no ano, evolução de 5,8% na comparação com o mesmo período de 2024.
Expectativas para 2026
Para 2026, as expectativas são otimistas, segundo o presidente da companhia, Ivan Gontijo. O grupo pretende lançar já no primeiro trimestre novos produtos em diversos segmentos de atuação e trabalhar no “cross-selling”, aproveitando a base de 25 milhões de clientes. “O objetivo é alavancar ainda mais a produção e ampliar o atendimento da população brasileira”, disse.
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) prevê um avanço de 8% do mercado segurador no próximo ano. “Se trabalharmos este ou aquele produto, poderíamos ter um incremento ainda superior, mas a média de 8% faz sentido e nós acreditamos nesse crescimento. Em cima da nossa margem, seria um avanço relevante”, apontou Gontijo.
Fonte: CQCS








