O setor de seguros enfrenta desafios significativos diante do aumento da frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos. De acordo com Viviane Pereira, gerente de sustentabilidade da Porto, o setor segurador é um dos primeiros a sentir os impactos das mudanças climáticas, logo após o setor agrícola.
Em entrevista ao CNN Money, Pereira aponta que a natureza do negócio das seguradoras envolve a avaliação e precificação de riscos climáticos, bem como a garantia da resiliência dos sistemas segurados. No entanto, o cenário atual exige uma transformação na modelagem e precificação desses riscos, devido à maior ocorrência e impacto dos eventos climáticos.
Participação setorial e cooperação
O setor segurador marca presença organizada na COP30 através da Casa do Seguro, uma iniciativa da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras). O projeto reúne grandes empresas do setor, como Porto, Bradesco Seguros, Allianz e Prudential, demonstrando que a questão climática transcende a competição comercial.
Um dos principais desafios, segundo a gerente, é manter os preços dos seguros acessíveis em um cenário de riscos crescentes. Ela avalia que a solução passa pela ampliação da inclusão securitária, já que apenas cerca de 30% da população brasileira possui algum tipo de seguro. O aumento deste percentual permitiria uma melhor diluição dos custos através da mutualidade.
Proteção para populações vulneráveis
O setor tem buscado desenvolver produtos mais enxutos, como microsseguros, visando atender às populações mais vulneráveis. A educação securitária também é fundamental para aumentar a compreensão sobre a importância da proteção financeira, segundo Pereira.
Um exemplo da necessidade de maior proteção securitária foi observado no Rio Grande do Sul, onde eventos climáticos geraram perdas de aproximadamente R$ 80 bilhões, dos quais menos de 10% estavam segurados. Após o episódio, houve um aumento na procura por seguros residenciais, embora essa demanda tenha diminuído após seis meses.
Fonte: CNN Brasil








