O seguro como força para um futuro mais resiliente

Durante a pré-COP30, a CNseg apresentou a Casa do Seguro e destacou o papel do setor na construção de um Brasil mais preparado para os desafios climáticos.

Pela primeira vez em 30 anos de realização da Conferência das Partes (COP), iniciada em 1995, o setor de seguros ganha espaço não apenas para debater as mudanças climáticas, mas para mostrar, na prática, importantes ações para mitigação dos riscos causados pela transição do clima. No dia 8 de outubro, em Brasília, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) recebeu líderes, especialistas e representantes da sociedade civil para apresentar uma prévia exclusiva da Casa do Seguro, com debates voltados à atuação do setor como agente estratégico na agenda de adaptação e desenvolvimento sustentável.

De acordo com o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, o evento simboliza o engajamento concreto do setor nas pautas climáticas. “Trata-se de uma agenda da mais alta importância para o setor segurador. Temos tido relevantes avanços nessas discussões, com parceiros, inclusive o próprio governo, reconhecendo que realmente precisam chamar o setor para contribuir nas discussões a respeito das mudanças climáticas, dos impactos na sociedade e das ferramentas que estão disponíveis para lidar com essas dificuldades”, destacou o executivo.

Ao longo da pré-COP30, os debates giraram em torno da construção de soluções conjuntas para reduzir vulnerabilidades e impulsionar a adaptação climática no país. “Tratamos da importância dos seguros diante das mudanças climáticas com diversas interfaces: na infraestrutura, no agronegócio, nas cidades, nos negócios, nas famílias, na viabilização de investimentos”, contou Oliveira. Todos os painéis, compostos por autoridades de vários ministérios, representantes do setor de seguros e de diversos outros setores da economia,  exploraram o papel do seguro, a participação do setor segurador nas iniciativas de outros setores e na viabilização de políticas públicas.

E a CNseg prepara uma iniciativa que dará continuidade aos debates de tantos anos e protagonismo ao setor de seguros durante a COP30: a Casa do Seguro. O espaço, que será inaugurado em Belém durante a Conferência, funcionará como um ambiente voltado ao diálogo, à colaboração e ao lançamento de iniciativas que reafirmam o papel do mercado segurador na construção de um futuro mais resiliente, posicionando o Brasil como referência global na convergência entre finanças, proteção e sustentabilidade.

“A cada dia da programação, teremos um parceiro especial de algum setor da economia. Por exemplo, teremos um dia só sobre infraestrutura, um dia sobre veículos, um dia sobre finanças sustentáveis, sobre agronegócio, sobre cooperativismo e assim por diante, explorando a relevância do setor segurador conectado a essa agenda de desenvolvimento central”, explicou o presidente da CNseg. 

Brasil investe pouco em infraestrutura 

A infraestrutura ainda recebe investimentos abaixo do necessário no Brasil.“O Brasil investe pouco nesse setor, menos da metade do que seria necessário, e parte da infraestrutura existente, tanto nas cidades quanto fora delas, não está adaptada às novas mudanças climáticas”, afirmou o diretor de Relações Institucionais da CNseg, Esteves Colnago. Os seguros de obra, de engenharia, de garantia, etc., são algumas das soluções recomendadas para enfrentamento dos impactos dos eventos climáticos. 

Seguros como instrumento de proteção social

Alexandre Leal, diretor técnico de Estudos e de Relações Regulatórias da CNseg, moderou um painel sobre os desafios do setor de seguros na inclusão da população mais vulnerável, especialmente diante dos riscos climáticos. O debate contou com representantes da Susep, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que, com a Lei Complementar nº 213, passa a oferecer mais produtos de seguros, e da Microinsurance Network, que atua com seguros inclusivos e microsseguros.

“Uma excelente oportunidade para ouvir a visão dessas três entidades sobre os desafios do setor de seguros para alcançar uma parcela maior da população, conscientizando-a sobre a importância de se proteger contra diversos tipos de riscos, especialmente os climáticos, e sobre o papel da educação financeira nessa jornada”, pontuou.

A Pré-COP30 também contou com debates sobre seguros para soluções baseadas na natureza e agronegócio, discutindo como o seguro pode apoiar a agricultura sustentável, melhorando a gestão de riscos e incentivando investimentos na conservação ambiental; e finanças sustentáveis, abordando como o setor financeiro pode apoiar o financiamento da transição climática, visando uma economia de baixo carbono. 

Saiba mais sobre a Casa do Seguro: https://casadoseguro.org.br/

Fonte: CQCS