O último dia do Conec 2025, em 27/09, realizado no Distrito Anhembi (SP), trouxe à plenária o tema “SinergIA Digital – O futuro inteligente do corretor de seguros”. Em clima de encerramento e com grandes nomes do setor presentes, o encontro levantou a pergunta que movimenta o mercado: a inteligência artificial substituirá o corretor de seguros?
Abrindo os debates, Edson Fecher, 1º tesoureiro do Sincor-SP, relembrou sua trajetória no mercado e destacou a relevância do fator humano: “Nossa vida é protegida por gente. É importante lembrar que nós vivemos de gente, ninguém substitui gente.”
Na sequência, Rafael Altomare, mentor de executivos que querem liderar com IA, demonstrou ao vivo como controlar um aplicativo com base em inteligência artificial e projetou o futuro da tecnologia: “Nós temos um cenário onde empresas chinesas estão avançadas com robôs prontos para lançar.” Ele também ressaltou o papel da IA no dia a dia dos corretores e executivos, reforçando a importância do uso do LinkedIn para gerar conexões estratégicas.
Para Marco Antônio Gonçalves, presidente do Fórum Mário Petrelli, a inteligência deve ser usada como aliada: “Discutir sobre a IA é para fomentar o mercado de seguros, esse é o propósito da plenária e da MAG. Quando a gente olha para o mercado, a gente tem uma expectativa de três vertentes que cresceram nas últimas décadas: VGBL, saúde e alguma coisa de automóvel.” Ele completou: “IA é nosso co-piloto da nossa atuação no dia a dia.”
Na mesma linha, Fábio Ventura, superintendente comercial regional da SulAmérica para RJ/ES, reforçou que a tecnologia pode eliminar tarefas repetitivas: “No fundo, a tecnologia vem como aliado do corretor para se livrar de atividades repetitivas. […] IA ajuda o corretor a fazer uma análise de perfil dos clientes.”
Já Edson Franco, CEO da Zurich, ampliou a visão para além da corretagem: “A produtividade, o ganho de eficiência, tanto para as seguradoras, empresas, a gente fala corretores de seguros, mas a gente está tratando com empresas de corretagem de seguros que têm problemas menores de gestão e consultoria. Eu acho que a inteligência artificial vem para favorecer a nossa produtividade operacional e comercial, tanto das seguradoras quanto das empresas de seguros.”
Durante a plenária, Rogério Freeman, 2º secretário do Sincor-SP, questionou Eduard Folch, CEO da Allianz Brasil, sobre a confiança do cliente nos corretores e o uso do Chat GPT. Folch provocou a plateia sobre o futuro das tecnologias: “A IA não é uma ameaça, é uma ferramenta nova, e aqui o mais importante é trazer o aprendizado desta ferramenta. Lembrando que as pessoas, quando aprendemos as coisas, 5% escutando, 10% lendo, e o resto é experimentando e explicando. Então, o que diria é que toda análise já experimentei, tento utilizar as ideias que foram dadas aqui para utilizar melhor os nossos processos e caminhar com a vinda da internet.”
A experiência prática também foi abordada. Amit Louzon, CEO da Ituran Brasil, explicou como a companhia utiliza a tecnologia para análise de dados e reforçou que ela não substitui o corretor: “Acho que o mais importante pro corretor de seguros é ter atendimento 24/7, por outro lado é a análise de dados e gerenciamento das informações. Esse trabalho entre aspas, chato, é importante para toda a jornada do cliente para inovação. […] O corretor de seguros pode alocar mais tempo para o propósito dele. Não vai substituir o corretor e sim diminuir as tarefas.”
Ao abordar os custos das novas ferramentas, Eduardo Borges, vice-presidente do Grupo Autoglass e head da Maxpar Assistências, destacou que o investimento começa pelo próprio corretor: “Nós estamos investindo fortemente em tecnologia em IA, hoje temos no atendimento digital que os corretores recebem as informações de maneira mais rápida. Temos investido em soluções para ajudar o corretor, que é o B4B Tech, onde levamos soluções para apoiá-lo.” Ele completou: “A gente vive hoje na era da evolução, está muito fácil e rápido saber de tudo, desenvolver coisas, saber coisas, a gente está numa fase que o corretor vai poder desenvolver muito mais rápido.”
No encerramento, os gestores foram unânimes: a IA não substituirá os corretores, mas ampliará sua capacidade de atuação. A tecnologia deve ser vista como oportunidade para aumentar a produtividade, criar conteúdos, gerar novos leads e fortalecer o relacionamento com clientes. Para eles, o caminho é claro: usar a inteligência artificial como ferramenta estratégica, sempre com o corretor no papel de protagonista.
Fonte: CQCS