Fraudes no setor de seguros somam R$ 1,1 bilhão em 2024

O 22º Ciclo do Sistema de Quantificação de Fraudes (SQF), divulgado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), revela que as fraudes seguem como um dos grandes desafios do mercado segurador brasileiro. De acordo com o relatório, os Sinistros Ocorridos em 2024 totalizaram R$ 41 bilhões, sendo R$ 5,4 bilhões classificados como Sinistros Suspeitos, o equivalente a 13,3% do volume registrado. Os números não contemplam a Saúde Suplementar.

 

Do montante suspeito, aproximadamente R$ 1,1 bilhão foi efetivamente confirmado como fraude ao longo do ano passado, representando 20,3% dos sinistros com indícios de irregularidades. O índice também mostra crescimento em relação a 2023: a razão entre fraudes comprovadas e sinistros ocorridos subiu de 2,2% para 2,7% em 2024.O levantamento aponta que, no primeiro semestre, os Sinistros Ocorridos somaram R$ 19,2 bilhões, com R$ 2,29 bilhões considerados suspeitos (12%). Desse valor, R$ 503 milhões foram efetivamente identificados como fraudulentos, representando 21,9% da fatia suspeita. Já no segundo semestre, o volume subiu para R$ 21,3 bilhões, com R$ 3,13 bilhões sob suspeita (14,7%). As fraudes confirmadas nesse período chegaram a R$ 598,2 milhões, o equivalente a 19,1% das ocorrências suspeitas.Entre as modalidades mais expostas às fraudes, a de Automóveis continua sendo a mais representativa em termos financeiros, concentrando 34,2% de todo o prêmio ganho do mercado em 2024. Em seguida, aparecem os seguros de Pessoas – Coletivo (25,4%), Patrimonial (17,3%) e Transportes (3,7%).Apesar de movimentar menos recursos, o setor de Transportes chama atenção pelo alto percentual de sinistros classificados como suspeitos. Somente no primeiro semestre de 2024, 34,4% das ocorrências nessa área levantaram indícios de fraude, revelando uma vulnerabilidade significativa. Já o segmento de Automóveis, embora lidere em volume de receita, registrou um índice menor de fraudes comprovadas, com aproximadamente 2,4% dos sinistros confirmados como irregulares ao longo do ano.Nos segmentos Patrimonial e Habitacional, os percentuais de fraudes foram mais baixos, mas a detecção de irregularidades apresentou crescimento. A análise por ramo reforça que, independentemente do porte de cada segmento, o risco de práticas ilícitas está presente e exige atenção constante.Contando com a participação de 29 seguradoras, que juntas representam 52% do prêmio ganho do setor, a CNseg reforça que a continuidade da pesquisa é fundamental para mapear e combater práticas ilícitas que impactam diretamente os custos das operações e, por consequência, o consumidor final.Segundo a entidade, “Atuar na redução das fraudes é agir a favor do consumidor. A pesquisa representa uma contribuição nesse sentido.” Com números que evidenciam a persistência e o avanço das fraudes no mercado, o setor reforça sua vigilância e busca intensificar estratégias de prevenção para conter os prejuízos que essas ocorrências representam.

 

Fonte: CQCS