Em um mercado de seguros de automóveis cada vez mais competitivo, a Porto tem reforçado sua liderança com estratégias focadas em personalização e tecnologia. De acordo com reportagem publicada pelo Valor Econômico, a companhia teve um crescimento de 3,2% – acima da média do mercado, que foi de 2,5% – e superou a marca de 6 milhões de veículos segurados no Brasil. “Nos últimos seis, sete meses, apresentamos um portfólio muito personalizado e que permite aos corretores fazer customizações”, afirma Jaime Soares, diretor-executivo de Auto da Porto. O leque de opções vai desde coberturas básicas, como roubo e furto, até modelos com perda total sem a parcial, assinaturas mensais e serviços para pequenos reparos. Segundo o Valor Econômico, a tecnologia tem sido o principal pilar dessa evolução. Cerca de um milhão de clientes já estão conectados ao aplicativo da seguradora, que também utiliza inteligência artificial generativa em processos como a renovação digital das apólices. A empresa ainda se destaca pelo atendimento digital via WhatsApp, o que reforça a proposta de uma experiência ágil e eficiente para o segurado.
Mercado reage com inovação, digitalização e novas estratégias
O movimento da Porto reflete uma tendência mais ampla no mercado, que, segundo projeções da CNseg, Fenabrave e Abraciclo, pode crescer entre 4,3% e 7,5% ainda este ano. O setor vive uma corrida por modelos de negócio mais personalizados, tecnologia embarcada e novas frentes, como veículos elétricos e frotas.
Na Tokio Marine, 60% dos negócios vêm da carteira de automóveis, que atingiu 3 milhões de veículos segurados em 2024. A companhia tem investido R$ 140 milhões ao ano em tecnologia e reforçado sua atuação em mercados regionais. “A procura por seguro para carros elétricos cresceu 90% em 2024. No primeiro quadrimestre de 2025, mais do que dobrou”, afirma Arnaldo Bechara, diretor da seguradora.
A Bradesco Seguros, com mais de 1,5 milhão de veículos segurados e 11% de market share, também foca na digitalização da jornada do cliente e no suporte ao corretor como menciona a matéria do Valor Econômico. “Nosso foco está em acompanhar essas tendências, com digitalização, personalização e suporte contínuo a clientes e corretores”, diz Raquel Cerqueira, superintendente sênior da seguradora.
Concorrência acirrada e consumidores mais exigentes
Para Felipe Barranco, head of affinity da WTW, o avanço do setor passa por dois pilares: tecnologia e regulação. “O setor está passando por uma digitalização acelerada, com adoção de inteligência artificial, big data e telemetria para personalizar apólices e melhorar a experiência do cliente”, afirma.
Com informações do Valor Econômico, a Allianz Seguros cresceu 22% no primeiro bimestre do ano e está expandindo sua atuação em frotas, motos e caminhões, que possuem tíquete médio mais elevado. Já a Sura Seguros, que registrou crescimento de 21% em prêmios emitidos, aposta no seguro auto individual como passo estratégico para alcançar R$ 5 bilhões em prêmios até 2028.
Preço do seguro recua e eletrificação impulsiona novas oportunidades
A Minuto Seguros, que acompanha mensalmente os preços em 11 capitais, registrou queda de 6% no valor do seguro para homens e 10% para mulheres em abril. Mas o gerente comercial Michel Tanam pondera: “Vários fatores influenciam, como perfil do motorista, veículo, coberturas escolhidas, inflação, sinistralidade de cada região e, claro, concorrência entre as seguradoras”.
Já os veículos elétricos trazem um novo capítulo. Segundo Soares, da Porto, esses carros não são muito visados para roubo e têm alta tecnologia embarcada, o que reduz acidentes e melhora a precificação. Para as seguradoras, esse mercado representa risco e oportunidade ao mesmo tempo.
As mudanças climáticas colocam o setor em alerta, como diz o Valor Econômico. A Bradesco Seguros pagou R$ 400 milhões em indenizações por enchentes no segmento de auto, apenas no Estado do Rio Grande do Sul, entre abril de 2024 e março de 2025. Do total, R$ 72 milhões foram por alagamentos, destaca Cerqueira.
Fonte: CQCS