Especialistas alertam que antecipar ajustes e fazer uma gestão preventiva será decisivo para as empresas – incluindo Corretoras de Seguros – que desejam chegar a 2026 sem surpresas desagradáveis, como perder o enquadramento especial no Simples. “Muitas empresas perdem o enquadramento não por faturar mais, e sim por descuidos operacionais e burocráticos”, explica o consultor Rodrigo Molinaro, do Grupo Villela.
Segundo ele, há algumas medidas que podem evitar riscos. A primeira é fazer o monitoramento do faturamento da empresa mês a mês e não apenas no fechamento do ano. Com essa ação, é possível manter um controle rigoroso para não ultrapassar o limite anual de R$ 4,8 milhões.
Outra medida importante é revisar o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) para evitar o desenquadramento automático. Isso porque é comum empresas manterem CNAEs antigos que não são mais permitidos, o que pode gerar exclusão imediata.
É aconselhável também manter todas as obrigações acessórias em dia, uma vez que atrasos ou omissões em declarações como DEFIS, PGDAS-D e notas fiscais eletrônicas podem levar ao desenquadramento. O especialista alerta que o Fisco tem cruzado dados com muito mais precisão nos últimos anos deve intensificar esse movimento em 2026.
Donos de Corretoras de Seguros também precisam ter cuidado para não acumular dívidas tributárias. Débitos com a Receita ou com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional são um dos motivos mais comuns de exclusão. Assim, é recomendável negociar parcelamentos quando surgirem pendências e evitar regularizações de última hora, que podem não ser computadas a tempo.
Controlar a folha de pagamento e evitar contratações irregulares são outras duas medidas relevantes. Primeiro, porque a folha tem impacto direto na carga tributária de empresas do Simples. Além disso, manter vínculos trabalhistas irregulares ou contratações fora do escopo permitido pode gerar riscos e custos inesperados. “Uma gestão trabalhista preventiva evita multas e protege o enquadramento”, recomenda o consultor.
Ainda que o ano já esteja acabando, o ideal é realizar até 31 de dezembro uma auditoria tributária completa para identificar riscos, inconsistências e oportunidades de ajuste. Essa revisão ajuda a corrigir problemas antes que o fisco notifique ou desenquadre o negócio.
Por fim, é recomendável revisar o plano financeiro anual considerando os possíveis gargalos tributários do próximo ano, incluindo mudanças legislativas ou econômicas que possam influenciar o enquadramento no Simples.
Fonte: CQCS








