O avanço acelerado da logística, do e-commerce e da terceirização de frotas tem transformado o seguro de transporte no Brasil. De uma proteção tradicional focada apenas em indenizações após sinistro, o produto evolui para um modelo de gestão ativa, que combina tecnologia, análise de dados e inteligência de risco para aumentar eficiência operacional e reduzir custos. É nessa direção que a Sompo vem posicionando sua oferta, segundo explica Adriano Yonamine, Diretor Técnico de Transporte da Sompo, em entrevista ao CQCS.
Yonamine destaca que a companhia está ampliando o papel do seguro dentro das operações de transporte: “A Sompo tem investido fortemente para transformar o seguro de transporte em uma plataforma de gestão ativa de riscos e eficiência operacional. Nossa atuação vai além da cobertura tradicional: oferecemos consultoria especializada e a maior equipe própria do mercado dedicada à prevenção e gestão de riscos”, afirma.
Em 2024, a empresa monitorou cerca de 230 mil viagens e R$132 bilhões em cargas, demonstrando a escala de sua infraestrutura. A Central de Monitoramento própria permite acompanhamento em tempo real das operações e respostas rápidas diante de incidentes. Além disso, a seguradora digitalizou processos essenciais, como comunicação eletrônica de embarques e emissão certificada de documentos, reduzindo custos para os embarcadores. O serviço Fast Track de Sinistro, por exemplo, agiliza os pagamentos com média de apenas 11 dias para a indenização.
A Sompo tem apostado firmemente em inteligência artificial, telemetria e Internet das Coisas (IoT) para aprimorar a prevenção de perdas e otimizar as operações dos clientes.
“A IA já é parte do nosso processo de precificação em alguns ramos de transporte. Os modelos inteligentes interpretam grande volume de documentos e dados, propondo valores mais adequados com base no histórico e nos fatores de risco”, explica Yonamine.
Segundo ele, a tecnologia libera o time técnico para análises mais complexas e decisórias: “Deixamos as máquinas fazerem os processos mecânicos para que nossos analistas, com sua expertise humana, tomem as decisões reais”, complementa.
Além disso, a integração eletrônica de embarques com os sistemas dos clientes permite troca contínua de dados em tempo real. Já ferramentas de monitoramento, como sensores e rastreamento, acompanham velocidade, frenagens, rotas e outros indicadores críticos. Esses recursos reduzem a sinistralidade, aumentam o controle operacional e melhoram o desempenho das frotas seguradas.
A transformação do seguro de transporte também passa pela participação ativa dos corretores. Yonamine reforça que eles são fundamentais nessa evolução: “Os corretores são peças-chave, pois atuam como consultores estratégicos, orientando os clientes sobre soluções tecnológicas e modelos de gestão de risco. É pelo trabalho conjunto entre seguradora, corretor e segurado que conseguimos reduzir incidentes e estruturar planos de pronta resposta eficientes”, afirma.
Um dos maiores desafios, destaca o diretor, está no aculturamento das empresas em diferentes regiões do país. Por isso, a Sompo depende da interlocução ativa dos corretores, que aproximam o cliente das novas ferramentas e do valor agregado do seguro como instrumento de eficiência, não apenas de proteção.
Líder em seguro de transporte desde 2017, a Sompo possui uma carteira equilibrada entre transportadores (50%) e embarcadores (50%). Yonamine destaca que a empresa já se antecipou às mudanças regulatórias recentes, como a Lei 14.599/2023 e a Resolução CNSP 472/2024, que unifica regras para os seguros de responsabilidade civil dos transportadores e estabelece a obrigatoriedade do RC-DC (Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de Carga).
“Estamos muito próximos dos parceiros corretores e dos clientes para prestar suporte adequado e assegurar que todas as operações de transporte sigam acontecendo com segurança e resultados efetivos”, enfatiza.
A visão da Sompo reforça uma tendência clara no mercado: o seguro de transporte deixa de ser uma necessidade básica para se tornar uma ferramenta estratégica de performance logística. Com tecnologia, inteligência preditiva, monitoramento ativo e integração de dados, o setor avança para um modelo em que prevenção, eficiência e tomada de decisão em tempo real se tornam tão importantes quanto a indenização.
A Sompo, afirma Yonamine, seguirá ampliando esse movimento. “O futuro do seguro de transporte é atuar junto ao cliente, integrando tecnologia, dados e gestão de risco para gerar eficiência real”, conclui.
Fonte: CQCS








