A agência citou reportagens locais estimando o valor segurado total dos oito blocos residenciais em cerca de HK$ 2,6 bilhões (US$ 334 milhões)
A tragédia do incêndio em Hong Kong deve elevar o índice combinado líquido do segmento de property & casualty (P&C) da região, que passou de 93,2% no ano passado para até 98% em 2025, segundo projeção da S&P Global.
De acordo com a agência, as perdas de sinistros relacionadas ao incêndio vão se somar à pressão já provocada pelos grandes eventos climáticos que atingiram Hong Kong ao longo deste ano.
A S&P avalia que as seguradoras de P&C deverão reavaliar suas estratégias de retenção de risco e políticas de precificação no seguro de propriedades, em um ambiente marcado pela queda de preços e concorrência mais intensa.
As margens de subscrição devem ser impactadas por um duplo choque: o incêndio no conjunto Wang Fuk Court, em Tai Po, e o enfraquecimento dos resultados decorrente de eventos climáticos extremos, como o tufão Regasa e as fortes tempestades registradas anteriormente.
O seguro do Wang Fuk Court — cobrindo danos materiais e responsabilidade civil de terceiros durante sua reforma — foi subscrito pela China Taiping Insurance (HK). Segundo a S&P, a companhia pode enfrentar sinistros proporcionalmente maiores do que outros players, embora os resseguradores devam absorver a maior parte das perdas, dada a estrutura de retrocessão da CTPI (HK).
“A proteção de resseguro por meio de tratados e programas de excess-of-loss ajuda a mitigar perdas retidas pelas seguradoras primárias. Em 2024, a taxa geral de utilização de resseguro do setor foi de cerca de 35%, com uso mais elevado na linha de propriedade, próximo de 60%. Além disso, algumas seguradoras de P&C contam com suporte financeiro de seus grupos controladores, o que reforça seus perfis de crédito”, destacou a S&P.
A agência citou reportagens locais estimando o valor segurado total dos oito blocos residenciais em cerca de HK$ 2,6 bilhões (US$ 334 milhões). As perdas seguradas devem vir principalmente dos dois blocos que sofreram maior dano no incêndio.
Investigação
A polícia de Hong Kong informou nesta segunda-feira, 1, que 13 pessoas foram presas até o momento no âmbito da investigação sobre o incêndio em um complexo residencial que deixou ao menos 151 mortos.
O chefe de polícia de Hong Kong, Chan Tung, disse à imprensa que os agentes “abriram imediatamente uma investigação por homicídio culposo”, o que levou à detenção de 13 suspeitos – 12 homens e uma mulher, com idades entre 40 e 77 anos.
As autoridades disseram ainda que parte das redes de proteção utilizadas nas obras de reforma do complexo não seguia as normas de segurança contra incêndios. “A polícia coletou amostras de 20 pontos diferentes no complexo Wang Fuk nos últimos dois dias”, explicou o funcionário de alto escalão do governo de Hong Kong, Eric Chan.
Segundo ele, amostras de sete pontos – coletadas em quatro das sete torres atingidas – “não cumpriam os padrões de proteção contra incêndios”. “Eles só queriam ganhar dinheiro à custa da vida das pessoas”, disse Chan.
O incêndio, que começou na quarta-feira, 26, atingiu sete dos oito prédios do complexo. As chamas só foram controladas na sexta-feira, 28. O número de mortos subiu para 151, cinco a mais do que no balanço anterior.
Fonte: Sonho seguro








