Na reta final de Vale Tudo, o InfoMoney preparou um guia especial para mostrar como os protagonistas da novela podem garantir segurança financeira com os seguros certos
A um mês do fim do remake de Vale Tudo, da TV Globo, previsto para encerrar em meados de outubro, e depois de capítulos intensos repletos de acidentes, viagens, traições, reviravoltas, golpes e mentiras, o InfoMoney foi atrás de especialistas para preparar um guia definitivo dos seguros que os protagonistas da novela deveriam contratar para proteção e segurança financeira, começando por Odete Roitman, uma das maiores vilãs da TV brasileira.
Odete é uma viúva empresária milionária (talvez bilionária), dona do Grupo Almeida Roitman, um império no setor de aviação herdado do falecido marido. Com mais de 60 anos, a personagem é fria, arrogante e esnobe, despreza o Brasil e prefere viver no exterior, retornando ao país apenas quando necessário.
Ela é mãe ausente de três filhos — Heleninha, Afonso e um filho (supostamente) falecido — e concentra todas as suas forças em manter e expandir seu império, em meio a uma rotina de viagens constantes e estilo de vida sofisticado, residindo no hotel Copacabana Palace quando está no Brasil.
Mas a Odete Roitman da primeira versão de Vale Tudo, criada pelos autores Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, não só é muito diferente da Odete do remake de Manoela Dias, como também é fruto de um Brasil totalmente distinto, com outra economia, sociedade e expectativa de vida.
1988 x 2025: o que mudou em três décadas?
O Brasil da década de 1980 vivia um momento turbulento, com alta inflação e o cruzeiro como moeda oficial, numa economia instável. Seguros no país ainda eram básicos e limitados: planos funerários e seguros por adesão, muitas vezes oferecidos por bancos, estavam entre as poucas opções, explicam os especialistas consultados.
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As seguradoras independentes e produtos mais sofisticados mal existiam. Muitas soluções que hoje consideramos básicas ainda eram inexistentes ou pouco difundidas.
Se a Odete da primeira versão quisesse contratar um seguro de vida aos 60 anos, ela teria que enfrentar um período de carência de dois anos, durante o qual ficaria desprotegida.
Comparado ao Brasil de 1988, quando a primeira versão foi ao ar, o país de 2025 tem economia mais estabilizada graças à mudança do cruzeiro para o real e controle da inflação, que abriu espaço para o planejamento financeiro e produtos de seguros mais variados.
Além disso, a longevidade e expectativa de vida cresceram significativamente — enquanto em 1988 a expectativa para mulheres era de apenas 40 anos, hoje ultrapassa 79 anos. Outro marco importante foi a entrada massiva da mulher no mercado de trabalho, tornando o perfil dos segurados e consumidores de seguros muito mais diverso e equilibrado.
A própria atriz Débora Bloch, que interpreta a Odete atual, destacou em entrevista que a mulher de 60 anos hoje é bem diferente daquela época: “ainda estamos vivas, potentes e no jogo”.
Quais seguros Odete Roitman precisa?
O InfoMoney consultou especialistas em longevidade e seguros para recomendar as melhores soluções que se conectam diretamente com a história da personagem Odete Roitman.
As recomendações levam em conta seus filhos, que precisarão de proteção financeira, a administração e continuidade do grupo empresarial Almeida Roitman, a vida de viagens nacionais e internacionais com riscos inerentes, bem como os aspectos pessoais que envolvem relacionamentos e proteção do patrimônio.
Quem sabe, seu perfil socioeconômico pode se encaixar no dela e trazer insights úteis para sua própria segurança financeira.
Seguro de vida resgatável
Ideal para proteção financeira com a vantagem da formação de uma reserva que pode ser resgatada ao longo do tempo, o seguro de vida resgatável oferece a Odete a tranquilidade de ver seu capital segurado crescer e ainda poder resgatar parte do valor investido caso o seguro não seja utilizado. É especialmente recomendado para uma mulher com um grande patrimônio como Odete.
No contexto da personagem, esse seguro também protege os interesses dela e de seus filhos Heleninha e Afonso, possibilitando também um planejamento sucessório robusto, já que parte da apólice pode ser reservada para garantir estabilidade financeira em vida ou para os herdeiros.
“Quem será afetado quando a Odete não estiver mais aqui? O Afonso, que é mais independente, com carreira sólida e estudou em Harvard, tem condições para seguir. Mas a maior preocupação, se é que a Odete ainda tem um coração, é com a Heleninha, por causa da continuidade da vida dela”, afirma Luiz Carlos, superintendente comercial da MAG Seguros, fazendo referência ao alcoolismo da filha de Odete.
Além disso, o seguro de vida cobre casos de assassinato (como deve ocorrer em breve com a personagem), garantindo o pagamento da indenização aos beneficiários caso o segurado seja vítima de homicídio.
“O que pode acontecer é que, se o sucessor ou herdeiro for o próprio assassino, ele será deserdado, pois o Código Penal brasileiro prevê essa situação. Existe uma previsão legal específica, conhecida tecnicamente como exclusão por indignidade, que impede que quem comete um crime contra o falecido se beneficie da herança.”— Gleisson Rubin, diretor de Previdência do Grupo MAG e do Instituto de Longevidade
Na primeira versão de Vale Tudo, Odete foi assassinada por Leila, esposa de Marco Aurélio, diretor da empresa de aviação TCA. A autora Manoela Dias já revelou que o assassino no remake será diferente. Será que desta vez ela será morta por um dos filhos? Veremos nos próximos capítulos.
Holding familiar
A holding familiar é uma estratégia que pode organizar e proteger o patrimônio empresarial herdado do falecido marido, evitando conflitos entre os filhos e terceiros. Essa estrutura permite a Odete manter o controle rigoroso do império Almeida Roitman e garantir o legado para seus herdeiros.
Trata-se da criação de uma empresa que concentra os bens da família, facilitando a gestão e a transferência desses ativos entre gerações.
Uma das principais vantagens da holding é simplificar a sucessão: em vez de os herdeiros receberem imóveis diretamente — o que pode gerar disputas sobre divisão e venda — eles passam a receber cotas da empresa, previamente distribuídas conforme a vontade dos titulares, o que torna o processo de partilha mais ágil e menos conflituoso.
Seguros em viagens internacionais
Dada a rotina intensa de viagens frequentes para o exterior de Odete, a cobertura contra acidentes pessoais e invalidez é fundamental. O risco de ficar incapacitada em algum evento em viagens internacionais poderia afetar a continuidade de seus negócios e sua qualidade de vida.
Esse seguro entra para reforçar uma linha de defesa contra imprevistos que, se ocorrerem, poderiam comprometer seu estilo de vida sofisticado e a administração da empresa.
Seguro residencial de alto padrão
Odete possui imóveis valiosos tanto no Rio de Janeiro, quanto fora do Brasil, por isso, um seguro residencial que cubra danos por incêndio, roubos e outros sinistros (ocorrência do risco previsto no contrato) é obrigatório para proteger sua propriedade e patrimônio.
Gleisson, da MAG, destaca que, para clientes com patrimônio alto, seguros específicos para imóveis de alto padrão são necessários para cobrir danos complexos e garantir a manutenção do estilo de vida da personagem.
“Ela costuma dizer uma frase: ‘Esse nosso país tupiniquim e tropical não é um lugar onde se pode simplesmente andar na rua tranquilo’. Por isso, faz todo sentido aproveitar ao máximo as coberturas e proteções disponíveis, especialmente considerando seu pensamento crítico em relação ao Brasil”, afirma Felipe Sousa, Zone Chair da MDRT (Million Dollar Round Table), associação internacional de especialistas em seguros de vida.
Seguro para frota de aviões e carros
Como dona de uma empresa de aviação, Odete deve proteger sua frota de aviões contra danos e acidentes, um seguro que já existia na década de 1980 mas que hoje é mais robusto e essencial para a continuidade dos negócios. Também a frota de veículos pessoais de alto padrão precisa dessa cobertura. A proteção da frota é importante para garantir que operações da empresa sigam sem prejuízos financeiros.
Seguro de obras de arte e joias
O estilo de vida sofisticado de Odete inclui coleções valiosas, como artes e joias, que requerem seguro específico para evitar perdas financeiras em caso de furtos ou danos. Esse seguro garante a preservação de bens preciosos e o conforto financeiro para reposição.
Seguro de responsabilidade civil
Este é fundamental para proteger Odete de riscos legais derivados da administração da empresa e de sua vida pessoal, cobrindo potenciais processos e indenizações. Dada sua posição poderosa e suas relações complexas, como o envolvimento com homens mais jovens e seu relacionamento com César, esse seguro ajuda a blindar o patrimônio contra ações judiciais potencialmente danosas.
Seguro de saúde internacional
Considerando suas viagens frequentes e busca por tratamentos médicos de qualidade fora do Brasil, Odete precisaria de um seguro de saúde internacional robusto, garantindo acesso aos melhores hospitais e profissionais no mundo todo, refletindo seu padrão de vida e necessidades médicas.
Organização da união e patrimônio
Ao se envolver com César, um homem mais jovem, Odete deve optar por um regime de união sem divisão de bens (separação total), evitando que o patrimônio acumulado seja dilapidado em caso de divórcio ou morte (como deve acontecer).
“Ela se casa com César, e é fundamental que, no momento do casamento, escolha o regime de união adequado. Essa escolha é importante para garantir que, em caso de divórcio ou até mesmo da morte de Odete, seus filhos não fiquem desamparados, evitando que César fique com a maior parte dos bens”, explica Sousa, da MDRT.
Fonte: InfoMoney