Lideranças femininas do setor de seguros compartilham vivências e estratégias para ampliar a presença das mulheres em espaços de decisão
A Sompo, subsidiária da empresa responsável pelas operações de seguro e resseguro do Grupo Sompo Holdings fora do Japão, realizou no dia 27 de agosto a roda de conversa “Equidade feminina: compartilhar espaços, construir futuros”, em homenagem ao Dia Nacional da Equidade Feminina, instituído pela Lei nº 14.837/2024 e celebrado em 28 de agosto. O evento, realizado em parceria com a Sou Segura, reuniu no Espaço Colaborativo da Sompo, em São Paulo, lideranças femininas do setor de seguros para debater os avanços, os desafios e as práticas que promovem equidade de gênero no ambiente corporativo. Por ser híbrido, o evento pode ser acompanhado tanto presencialmente quanto por meio de transmissão via Internet.
Na abertura do encontro, o CEO da Sompo, Alfredo Lalia Neto, reforçou o compromisso da companhia com a pauta de diversidade e inclusão. “Eu não tenho a mínima dúvida de que a diversidade melhora a retenção e o engajamento das pessoas. Mas, mesmo que não houvesse nenhum impacto direto nos resultados, eu continuaria defendendo essa agenda, porque acredito de coração que uma sociedade mais diversa, onde todos tenham mais oportunidades, é melhor do que uma sociedade que não seja assim”, afirmou.
Mediado por Simone Ramos, diretora da Sou Segura, o encontro contou com a participação de Maria Cristina Bettencourt, diretora de Property & Pricing da Sompo; Carolina Vieira, CEO da Olive Seguros; e Ana Carolina Mello, sócia-diretora da Avanza e conselheira da Sou Segura. As executivas compartilharam experiências pessoais e profissionais que ilustram como a equidade de gênero ainda enfrenta barreiras invisíveis, mas também como pode ser impulsionada por ações concretas e posicionamento firme.
Equidade no setor de seguros: avanços e lacunas
Embora o setor de seguros tenha registrado avanços na inclusão feminina, os desafios ainda são significativos. Segundo dados da Sou Segura, apenas cerca de 20% dos cargos de liderança no mercado segurador brasileiro são ocupados por mulheres, apesar de elas representarem mais de 50% da força de trabalho no setor. A disparidade salarial também persiste: mulheres chegam a receber até 30% menos que homens em funções equivalentes, conforme levantamento interno da entidade.
Barreiras invisíveis e superações concretas
Durante o painel, Ana Carolina Mello destacou como estruturas invisíveis operam silenciosamente no cotidiano corporativo, desde a ausência de promoções até a exclusão de mulheres em ambientes informais de networking. “A mudança começa com consciência. Quando você entende que precisa mudar, passa a agir diferente. E isso vale para todos, inclusive para quem já ocupou espaços sem perceber os vieses que reproduzia”, afirmou.
Já Maria Cristina Bettencourt trouxe a perspectiva institucional da Sompo, destacando as iniciativas da companhia para promover diversidade e inclusão. “Temos programas de escuta ativa, mentoria, rede de apoio e indicadores mensais de inclusão”, destacou a executiva, lembrando que a adoção de práticas afirmativas nas organizações deve integrar políticas que precisam ser constantemente revistadas e aprimoradas. “É preciso ir além: revisar processos de tomada de decisão e garantir que a equidade esteja presente em todas as áreas, inclusive nas mais estratégicas”, pontuou.
Carolina Vieira reforçou a importância da autenticidade na liderança e da construção de ambientes que respeitem as diferenças. “A autoestima não vem dos elogios, mas da revisitação dos nossos resultados. Quando mulheres se apoiam, reverberam conquistas. E isso transforma não só a carreira, mas também o ambiente ao redor”, declarou, ao compartilhar uma experiência de apoio mútuo com sua equipe que a ajudou em momento decisivo da carreira.
Equidade como prática e não apenas discurso
As painelistas também refletiram sobre o papel da autenticidade na liderança feminina e os desafios de ocupar espaços sem se moldar a padrões masculinos. “Para ser plena, é preciso coragem. E apoio. Não cabe mais o molde do diretor padrão. Precisamos de pluralidade e empatia”, afirmou Maria Cristina Bettencourt.
Ana Carolina Mello complementou: “Não adianta a empresa ter políticas se as pessoas não reforçarem sua implementação. Equidade se constrói com respeito, escuta e atitude. E isso vale para todos, não apenas para mulheres”.
A importância do protagonismo feminino também foi ressaltada por Carolina Vieira, que incentivou a busca ativa por feedbacks e desenvolvimento contínuo. “A mulher precisa assumir a gestão da própria carreira. Já aconteceu de lideradas minhas responderem que não acreditavam estar preparadas para as novas atribuições ao serem comunicadas de uma promoção. Nesse momento, eu tive de lembrá-las: ‘Eu acredito por nós duas’”, disse.
Presença masculina e compromisso coletivo
O evento também contou com a participação de colaboradores homens, que contribuíram com reflexões sobre o papel masculino na construção da equidade. “As mulheres não estão pleiteando privilégios, mas igualdade de direitos e deveres. Ter mulheres empoderadas ao nosso lado nos torna melhores”, afirmou um dos participantes.
Ações que reverberam
A roda de conversa foi organizada pela Squad de Diversidade da Sompo, que mobilizou equipes e garantiu a realização do encontro. “A mudança está dentro de cada um de nós. E é isso que queremos promover: transformação real, que começa nas atitudes diárias”, concluiu Simone Ramos.
Fonte: Sompo