Seguro como ferramenta estratégica contra riscos climáticos

O que antes parecia distante agora se apresenta como uma realidade concreta, à medida que os eventos climáticos extremos se tornam cada vez mais frequentes no Brasil. Secas, enchentes e outras consequências das mudanças climáticas têm afetado pessoas, empresas e o meio ambiente. Para discutir como o setor de seguros pode proteger a sociedade e seus bens diante desses riscos, a Câmara dos Deputados realizou, nesta terça-feira (26 de agosto), uma audiência pública com representantes do mercado e representantes do governo federal.

De acordo com o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, o setor segurador teve a oportunidade de mostrar seu protagonismo frente aos desafios climáticos. “Um dia glorioso para o setor de seguros, onde fomos recebidos para tratar exclusivamente do papel do setor de seguros diante das mudanças climáticas”, disse. 

Além do seu tradicional papel de assumir riscos, Oliveira lembrou que o setor de seguros também tem outros pilares fundamentais: “O setor de seguros pode ser um grande investidor em projetos de transição climática, desde que criado as condições adequadas para isso. Já como gestor de risco, atua muito mais na prevenção, orientação e criação de condições que reduzam os danos causados pelos eventos”, explicou. Para ele, são três papéis que, se bem utilizados, podem melhorar a convivência, frente ao novo ambiente já observado. 

O papel do seguro na proteção da população frente a eventos climáticos extremos pode ser fortalecido e ampliado com a oferta do seguro catástrofe. “O seguro catástrofe é uma ferramenta que pode auxiliar a população brasileira a passar por essas transformações que têm afetado a todos”, afirmou Alessandro Octaviani, superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Esse seguro prevê cerca de R$ 5 mil para vítimas de desastres naturais, financiado por uma taxa mensal de R$ 2 a R$ 3, com isenção para beneficiários de programas sociais.

“Estamos observando chuva onde não era esperado chover, seca quando não esperava-se ter seca, e a complexidade desse problema demanda um olhar apurado para que as adequadas soluções sejam realizadas”, acrescentou Octaviani.

Aloisio Lopes, Secretário Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SMC/MMA), também reforçou a importância do setor de seguros na adaptação às mudanças climáticas: “Quando a mudança do clima traz impactos de eventos extremos, é um risco enfrentado pelos diversos setores da economia e sociedade”, afirmou. “O setor de seguros tem a capacidade de conhecer métricas de risco, precificá-lo [o risco] e oferecer produtos de proteção, o que é fundamental para os setores desenvolverem suas atividades nesse novo contexto”, destacou.

Para o deputado federal Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ), o setor de seguros desempenha papel estratégico na mitigação dos impactos das mudanças climáticas. “Foi um debate super necessário. As mudanças climáticas têm causado eventos que geram prejuízos e necessidade de indenizações, e se o setor de seguros estiver envolvido nesse processo, será benéfico para todos”, disse o parlamentar.

Fonte: CQCS