Após a colisão entre duas embarcações ocorrida no dia 22 de julho, na Baía de Todos-os-Santos, acendeu-se um alerta sobre a importância do seguro náutico. Mesmo sem vítimas fatais, corretores e seguradoras devem estar atentos aos riscos de danos a terceiros, passageiros e até aos custos com salvamentos. Segundo Carlos Eduardo Polízio, superintendente de seguros aéreo da MAPFRE, há duas principais modalidades de atuação do seguro náutico nesses casos.
A MAPFRE, uma das principais seguradoras do país, explicou como funciona a proteção em situações de acidentes no meio aquaviário. As modalidades oferecidas são voltadas para dois tipos de operação: embarcações de lazer (Seguro Náutico) e embarcações de uso comercial, como turismo, apoio portuário ou transporte de carga.
O caso em questão envolveu duas embarcações — um pesqueiro e um catamarã que havia saído de Morro de São Paulo — que colidiram no mar, nas proximidades de Cacha Pregos, na Ilha de Itaparica, região da Baía de Todos-os-Santos. Todas as pessoas envolvidas no acidente foram resgatadas e estão sendo levadas para Salvador, onde desembarcaram no porto da capital baiana. Não ocorreram mortes e nem desaparecimentos.
Se o acidente danificar a embarcação segurada, a cobertura que entra em vigor é a de Casco. Já se houver danos causados a terceiros — como outra embarcação envolvida no acidente — a Responsabilidade Civil pode ser acionada, desde que tenha sido contratada na apólice.
“Nos casos em que mais de uma embarcação está envolvida, o perito considera todas as variáveis e responsabilidades na elaboração do relatório, o que pode impactar diretamente no direcionamento das coberturas”, explica Polízio.
A cobertura para passageiros e tripulantes também pode estar presente, mas há regras. Segundo a MAPFRE, a apólice contempla esses casos desde que os ocupantes não sejam os proprietários ou operadores da embarcação. Os valores de indenização seguem os limites contratados e, se aplicável, os definidos pelo seguro obrigatório DPEM — que deve ser contratado separadamente, já que a seguradora não o oferece.
Com o aumento da frota de embarcações no Brasil e o crescimento da atividade turística no litoral, a demanda por seguros náuticos tem crescido. E o corretor tem papel essencial nesse cenário. “Ele atua desde a consultoria até o suporte na regulação do sinistro, garantindo que a contratação esteja adequada ao risco e à operação do cliente”, destaca Polízio.
Esse tipo de seguro ainda é pouco explorado por muitos corretores, mas representa uma excelente oportunidade, principalmente em regiões litorâneas. A atuação consultiva — entendendo se a embarcação é de lazer ou comercial, qual a navegação habitual, número de passageiros, tipo de operação etc. É fundamental para garantir a proteção correta e evitar dor de cabeça no sinistro.
Fonte: CQCS