O crescimento expressivo de 16% no seguro patrimonial até abril reflete uma combinação de fatores importantes. Em primeiro lugar, temos o aumento da percepção de risco por parte das empresas e dos administradores de condomínios, especialmente diante de eventos climáticos extremos que vêm se intensificando no país. Além disso, o ciclo econômico mais favorável, com aumento da atividade empresarial e do mercado imobiliário, impulsionou a demanda por proteção patrimonial. A afirmação foi feita pela vice-presidente da comissão de riscos patrimoniais Massificados da FenSeg, Magda Truvilhano, em entrevista exclusiva ao CQCS, na qual apontou ainda como outros fatores relevantes para esse resultado a diversificação das coberturas ofertadas, o avanço da distribuição digital e o trabalho dos corretores de seguros, “que têm atuado fortemente na conscientização sobre a importância de proteger não apenas o imóvel, mas também os bens e responsabilidades relacionados a ele”.
Essa avaliação se aproxima da visão apresentada pelo consultor Francisco Galiza na coluna “Ponto do Lápis”, publicada pelo CQCS no dia 30 de junho: “A variação nominal acumulada do mercado brasileiro continua entre 9% e 10%, para uma inflação estimada em quase 5% ao ano. O destaque nesses primeiros meses do ano foi o ramo patrimonial”, pontuou Galiza no comentário, que pode ser visto neste link: https://cqcs.com.br/coluna/na-ponta-do-lapis/analise-dos-dados-setor-de-seguros-em-junho
Por sua vez, o gerente Técnico do Sincor-SP, Alexandre Del Fiori, entende que os Corretores de Seguros podem e devem aproveitar esse momento. Segundo ele, a categoria está atenta e a própria estatística da Susep revela isso, como indica o crescimento dos prêmios das carteiras. “O que é importante salientar é que se denota um maior cuidado com as condições dos seguros ofertados aos clientes tendo em vista a multiplicidade de produtos para ambas as carteiras diminuindo o risco de uma negativa de sinistro”, ressalta.
SINAIS
Magda Truvilhano acredita que os sinais apontam para um ciclo favorável ao seguro patrimonial, tanto em 2025 quanto nos próximos anos. “A pauta climática, o aumento da valorização patrimonial e a maior maturidade do mercado consumidor contribuem para um ambiente de expansão. As empresas e famílias brasileiras estão cada vez mais conscientes de que o seguro patrimonial não é um custo, mas sim uma proteção essencial para preservar conquistas e mitigar perdas financeiras que podem ser significativas”, acentua a executiva.
Além disso, ela lembra que o mercado tem inovado na oferta de coberturas mais aderentes às necessidades atuais e em canais de venda mais acessíveis, fatores que ampliam ainda mais o potencial de crescimento.
Para a executiva, o momento é propício para que Corretores e seguradoras aprofundem o diálogo com seus clientes e ampliem o acesso ao seguro patrimonial. “Há um espaço importante para conscientizar tanto pessoas físicas quanto jurídicas sobre a relação custo-benefício do seguro, que muitas vezes é menor do que se imagina. Além disso, a personalização das coberturas, a venda consultiva e o uso de plataformas digitais têm ampliado o alcance desses produtos”, comenta, acrescentando que o Corretor de Seguros tem um papel estratégico nesse cenário: orientar, identificar as necessidades e construir soluções adequadas, ampliando a proteção patrimonial no país.
Já Del Fiori pontua que, em linhas gerais, ainda não vê motivos técnicos para o aumento da receita apontado. “Primeiramente porque os resultados de aumento de prêmios combinado com a redução de sinistralidade não justificam isso. E, segundo, não possuo as bases das seguradoras para mensurar efetivamente tal porcentual de aumento”, diz o gerente técnico do Sincor-SP.
Fonte: CQCS