Discussão de profissionais de comunicação e marketing de seguros destaca que o corretor deverá exercer um papel que a inteligência artificial não vai conseguir substituir
O futuro do corretor de seguros sempre é contestado diante das transformações pelas quais os mercados passam e a evolução da sociedade e da tecnologia. Chegou a hora de o corretor de seguros ficar frente a frente com os avanços da inteligência artificial (IA) e mostrar o quanto o humano pode se diferir da tecnologia.
Renata Ucha, head de Marketing da Seguros Unimed, que atua em seguros há três anos, compartilhou uma conversa em que uma pessoa definiu a compra de seguros como algo complexo que fica a cargo do corretor.
“Isso ficou na minha cabeça, pois é complexo mesmo. Não é uma compra simples. Porém, isso acabou. Se eu pegar cinco propostas e pedir para a IA comparar e dizer a vantagem e desvantagem de cada uma, ela fará. Portanto, o corretor vai ter que se adaptar e trabalhar junto às seguradoras. Ele vai passar por uma mudança de comportamento e aprendizado, que passa pela formalização do processo e a relação entre seguradora, corretor, beneficiário e cliente”.
Flávio Otsuka, diretor de Estratégia de Crescimento e Marketing da Tokio Marine Seguradora, também lembrou que, hoje, a cotação pode ser feita por voz e o resultado sai em segundos. “Não é esse o papel do corretor. Não é nisso que ele terá que competir. A adaptabilidade dos corretores vai vir no sentido de entender qual é a outra parte que depende do soft skill dele, de entender o que o cliente precisa, ser consultivo e criar e cocriar produtos com as seguradoras. É fazer um papel que a IA não vai conseguir substituir”.
Em sua visão, o corretor precisa entender a mudança do hard skill e o que vai diferenciá-lo, que é o soft skill. “O que precisamos pensar é de que forma nós, como seguradoras, conseguimos dar o suporte necessário para um corretor em termos de IA, e qualquer outra nova tecnologia que surja nos próximos anos, para que ele possa cada vez mais desempenhar e desenvolver as relações baseadas nas competências humanas que ele tem”, indica.
Na visão de Otsuka, o papel do corretor vai depender do papel da seguradora. “O corretor do futuro vai ser influenciado pelos movimentos que a seguradora fizer”, concluiu.
Esse foi um dos pontos discutidos no encontro realizado pela Comissão de Comunicação e Marketing da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) na sede da Seguros Unimed, em São Paulo, hoje, 22 de maio, em que foram discutidos os insights da SXSW, realizado em março deste ano.
Conexão entre tecnologias e o humano
O maior festival de inovação do mundo trouxe diversos insights. “A verdade é que o futuro das organizações é uma parceria de IA e humanos”, ressaltou Vanessa Mathias, cofundadora da White Rabbit.
A valorização do humano e a mente aberta à inovação são pontos importantes para refletir sobre a inteligência artificial como meio para melhorar produtos, serviços e processos, inclusive no mercado de seguros.
Segundo Carla Simões, superintendente de Comunicação e Marketing da CNseg, que participou da delegação de profissionais de seguros participantes do SXSW, embora o assunto tenha sido pouco abordado no evento, a indústria seguradora pode se beneficiar dos insights.
Vanessa recomenda que, em termos de impacto no trabalho de seguros, é necessário entender a reestruturação dos talentos com um todo, up & reskilling como diferencial competitivo, cultura ágil e resiliência e novos modelos de produto e risco.
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Fonte: Portal Revista Cobertura