Entre 2019 e 2023, os brasileiros com seguro de saúde diminuíram o número de consultas e internações hospitalares, mas aumentaram a realização de exames e atendimentos ambulatoriais, revela um estudo da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Em 2019, cada beneficiário de seguro saúde realizava, em média, seis consultas, número que caiu para 5,5 em 2023. As internações também diminuíram, passando de 0,193 para 0,189 por pessoa. Por outro lado, o número de exames realizados por pessoa aumentou de 19,8 para 23, enquanto os atendimentos ambulatoriais subiram de 3,7 para 3,9 por pessoa no mesmo período.

Lucros crescentes das operadoras de Plano de Saúde

No primeiro semestre de 2024, as operadoras de seguro saúde obtiveram um lucro líquido de R$ 5,6 bilhões, equivalente a 3,27% da receita total, que ultrapassou R$ 170 bilhões. Isso equivale a um lucro de R$ 3,27 para cada R$ 100 arrecadados, o melhor desempenho desde 2019. O ano de 2020 foi excluído por causa dos impactos da pandemia de Covid-19.

Recuperação e estabilidade do setor de saúde

Entre os principais destaques está o desempenho das operadoras médico-hospitalares. Elas alcançaram um saldo positivo de R$ 2,4 bilhões em operações de assistência à saúde, um feito inédito. Esse resultado não era visto desde 2021. No entanto, o segmento de autogestão registrou um prejuízo operacional de R$ 1,1 bilhão, continuando a tendência negativa dos anos anteriores.

Aplicações financeiras impulsionam resultados

Além disso, as operadoras se beneficiaram de rendimentos financeiros, gerando R$ 4,4 bilhões em lucro com um total de R$ 116,6 bilhões em ativos até junho de 2024. Esses ganhos financeiros contribuíram para o saldo positivo do setor no período.

Apesar dos resultados positivos, Gustavo Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), enfatizou que o setor deve monitorar de perto os próximos trimestres. Despesas assistenciais podem aumentar devido a surtos de doenças sazonais, como a gripe. A sinistralidade caiu para 85,1% no segundo trimestre de 2024, o menor índice desde 2018.

Esse cenário indica uma recuperação estável para as operadoras de seguro saúde, embora desafios ainda permaneçam.

 

Fonte:Economic News