Há lacunas no ramo de transportes que podem ser utilizadas como oportunidade de negócio, e os corretores precisam estar atentos a isso. Durante uma participação no programa Cenário do Sincor-SP, Thiago Fecher, coordenador da Comissão de Transportes e Cascos do sindicato, falou um pouco sobre a presença do seguro de transportes no mercado e como o produto deve ser levado não apenas para as grandes empresas do mercado, mas também para as pequenas.

Segundo Fecher, os grandes negócios conseguem chegar ao seguro, assim como seus clientes sabem que suas mercadorias estarão protegidas. Entretanto, o conselheiro explicou que existem muitas empresas que podem fazer transporte, mas que ainda não contrataram seguro porque os grandes especialistas do setor ainda não chegaram até elas, e isso torna nula a concorrência.

“Existe uma concorrência grande em contas mais interessantes, mas existe muita conta que ainda está sem corretor […], onde a concorrência é zero”, destacou Fecher durante sua participação no programa do Sincor-SP.

O coordenador não negou a complexidade do ramo de transportes, que hoje conta com seguros nacional, contra acidentes, de responsabilidade civil e de roubo e furto da carga, mas destacou que ao conhecer as condições, o corretor tende a visualizar as particularidades com mais facilidade. Inclusive, na abordagem ao cliente, o profissional pode alertar o dinamismo do risco que a transportadora lida diariamente, que é bastante diferente do risco de um galpão, cujo valor estimado será o mesmo durante o ano. De acordo com Fecher, é muito comum que no seguro de transportes o risco ultrapasse R$100 milhões em apenas um mês.

O coordenador da Comissão de Transportes e Cascos aproveitou a oportunidade para falar sobre as mudanças realizadas pela Susep, a exemplo das circulares para alguns ramos, a consulta para circulares do ramo de Transportes, que vão ajudar a regulamentar o seguro obrigatório de roubo, e a flexibilização das condições, que, do ponto de vista de Fecher, é muito importante para o setor.

“Ainda se atua muito com produtos padronizados, as cláusulas mais flexíveis ainda não apareceram com tanta força. A gente espera que seja um movimento futuro”, destacou. O conselheiro pontuou ainda que o transporte no Brasil é um pouco diferente porque o risco de roubo é mais alto em comparação aos outros países. “Talvez seja até um incentivo para seguradoras criarem produtos que atendam a nossa realidade, principalmente na questão do roubo”, disse Fecher.

Em relação à chegada das tecnologias no ramo, o conselheiro apontou que a proteção da carga é o mais importante para o seguro de transporte, e as novidades tecnológicas são constantes. Na logística, segundo ele, as inovações beneficiam o controle de fadiga, controle de rota e organização das cargas no caminhão. Contudo, ainda há certo ceticismo por parte das seguradoras, que apenas adotam tecnologias que realmente vão gerar resultados em uma situação de roubo, por exemplo.

Confira a íntegra do bate-papo com o coordenador da Comissão de Transportes e Cascos do Sincor-SP: https://www.youtube.com/watch?v=hbD3heSLoTE

Fonte: CQCS