Na última terça-feira (26), a ponte Francis Scott Key, em Baltimore, cidade nos EUA, desabou após ser atingida por um grande navio. O acidente foi flagrado por câmeras de monitoramento. Informações iniciais do site G1 davam conta de até 20 desaparecidos, porém de acordo com os bombeiros ainda não se sabe o número exato de pessoas que estavam na água. Especialistas destacaram possíveis impactos do ocorrido para o Mercado de Seguros, bem com o alto custo para o setor.

De acordo com informações do site InfoMoney, analistas da Morningstar DBRS, agência global de rating de crédito, informaram que o acidente pode resultar em até US$ 4 bilhões (ou R$ 20 bilhões) em perdas seguradas. A estimativa foi calculada considerando quanto tempo o porto de Baltimore ficará bloqueado após o colapso da ponte e a cobertura de interrupção de negócios do espaço. Somente a reconstrução da ponte custará cerca de R$ 3 bilhões. Além disso, existe a expectativa de que um grande número de apólices sejam acionadas, incluindo indenizações por responsabilidade civil, casco, propriedade, carga e interrupção de negócios. 

Caio Cones, da WA Seguros, destacou que um acidente de tal magnitude pode ter impacto significativo no Mercado de Seguros, especialmente se houver danos materiais extensos, lesões corporais ou perda de vidas. As seguradoras que forneceram cobertura para a embarcação envolvida, para a estrutura da ponte e para possíveis danos a veículos ou propriedades afetadas podem enfrentar reclamações substanciais. “Isso pode levar a um aumento nos prêmios de seguro em áreas relacionadas, como seguro marítimo, cobertura de responsabilidade civil e o seguro de infraestrutura”, disse. 

No que diz respeito a cobertura, Caio Cone frisa que caso a embarcação esteja segurada, geralmente há uma cobertura abrangente para danos causados pela embarcação a terceiros, incluindo estruturas como pontes. No entanto, os detalhes exatos da cobertura podem variar com base na apólice específica e nas cláusulas de exclusão. “Se for determinado que a colisão ocorreu devido a negligência ou má conduta por parte da tripulação da embarcação, pode haver exclusões de cobertura”, pontuou. 

O especialista também detalhou que se a ponte fosse privada e tivesse seguro os danos causados pela colisão poderiam ser cobertos pela apólice de seguro da ponte, sujeitos às condições e limites da apólice, cabendo inclusive à seguradora regresso contra o causador dos danos. No entanto, como mencionado na reportagem, se a ponte é pública e não possui seguro, os custos de reparo ou reconstrução geralmente recaem sobre o governo ou a entidade responsável por sua manutenção.

Segundo Caio, no Brasil, existem produtos de seguro que podem cobrir danos causados por acidentes semelhantes, embora os detalhes exatos da cobertura possam variar. “Seguros de responsabilidade civil podem fornecer cobertura para danos causados a terceiros, incluindo danos a propriedades públicas ou privadas. Além disso, existem seguros específicos para empresas que operam no setor marítimo, que podem incluir cobertura para danos causados por embarcações, assim como existem seguros para proteger pontes e rodovias. No entanto, a disponibilidade e os detalhes específicos da cobertura podem variar entre as seguradoras e as características do risco”, concluiu. 

As autoridades de Maryland afirmaram que um número incerto de veículos trafegava pela ponte Francis Scott Key no momento do incidente. O governador declarou estado de emergência. Segundo o departamento de polícia da cidade, não há indicativo de ato terrorista no incidente, nem de que ele teria sido provocado de maneira proposital.

Fonte: CQCS