De acordo com matéria divulgada pelo Valor Econômico, em 2023, o IRB (Re) reverteu o prejuízo de R$630,3 milhões ocorrido em 2022 e obteve um lucro líquido de R$114,2 milhões. Trata-se do primeiro resultado positivo obtido pelo ressegurador desde 2019, quando a companhia registrou ganho de R$1,21 bilhão.

Segundo a empresa, as informações com os números do ano passado referem-se ao relatório anual enviado para a Superintendência de Seguros Privados (Susep), que ainda obedece às normas IFRS 4. O balanço “oficial” será divulgado no dia 28 de março, com dados já nos novos padrões IFRS 17, segundo as instruções do Comitê de Pronunciamentos Contábeis referente a contratos de seguros (CPC 50).

A matéria do Valor Econômico, mostrou que o relatório divulgado nesta quarta-feira, o resultado operacional foi positivo em R$169,6 milhões no ano passado, ante resultado negativo de R$1,2 bilhão em 2022. Segundo a companhia, os dados estão “em linha com a estratégia de revisão da carteira, pulverização de riscos e concentração de negócios no Brasil e na América Latina”. O IRB (Re) ressaltou que o processo de ajuste com descontinuação de contratos deficitários trouxe equilíbrio à carteira e preparou o grupo para retomar o crescimento.

No ano de 2023, o volume de prêmios líquidos emitidos caiu 19% em relação a 2022, totalizando R$5,7 bilhões. Conforme a empresa, o resultado era esperado e está em linha com a estratégia de limpeza da carteira e seleção rigorosa de riscos.

Em 2023, o sinistro ocorrido apresentou uma redução de 42% “diante de melhor resultado da carteira de agro e do aperfeiçoamento dos processos de avaliação do risco, assim como da sua adequada precificação”.

As aplicações financeiras totalizaram R$8,4 bilhões, gerando resultado financeiro de R$426,1 milhões em 2023, favorecido pelas taxas de juros locais.

Em 2023, as despesas administrativas totalizaram R$347,3 milhões. Conforme o ressegurador, em abril de 2023 houve um acordo celebrado com o Departamento de Justiça (DoJ) do governo americano , no valor de US$5 milhões, que impactou a linha em R$25,4 milhões. Também durante o ano passado, dois programas de demissão voluntária foram realizados e oneraram a linha de pessoal próprio.

Para o Valor Econômico, o IRB (Re) informou ainda que a operação na Argentina, inaugurada em 2011, encontra-se em processo de reestruturação. Segundo o grupo, “os novos negócios passaram a ser realizados através da Resseguradora Admitida, com a gestão realizada diretamente pela sede do IRB (Re) no Brasil”. Já a resseguradora local (sucursal) “está em processo de ‘run-off’, atualmente administrado por profissionais remanescentes”.

A companhia informou ter iniciado o processo de venda da sucursal de Londres. “Como parte dessa negociação, em dezembro de 2023, foi assinado um contrato de ‘Loss Portfolio Transfer’ – LPT para antecipar a transferência da carteira de resseguro até que todos os procedimentos legais da operação estejam devidamente concluídos e aprovados pelas autorreguladoras do Reino Unido.”

Fonte: CQCS