Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, na terceira fase de uma operação contra uma empresa que explora ilegalmente o mercado de seguros de carro. Segundo as investigações, a empresa fazia a venda dos seguros por meio de associações de proteção veicular. Isso não é permitido no Brasil.

A associação, alvo da operação dessa terça-feira (27), é uma das maiores do Brasil. A venda dos serviços é feita em todos os estados. O nome dela não foi divulgado, mas estima-se que o grupo, tenha mais de cem mil clientes e cerca de quinhentos funcionários. O faturamento é de cerca de 500 milhões de reais por ano.

Durante o cumprimento dos mandados em Belo Horizonte, a polícia encontrou, na sede da empresa, na região da Pampulha, computadores, planilhas e outros documentos, em Lagoa Santa, na região Metropolitana o mandado foi cumprido em um condomínio de luxo. Outro também foi cumprido pela PF na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Segundo as investigações, entre os crimes praticados estão o de lesar o consumidor, já que vários clientes não receberam indenizações quando acionaram o seguro veicular.

A PF descobriu que os donos dessa associação montaram um grande esquema de lavagem de dinheiro para direcionar parte dos valores do rateio pago pelos clientes para eles mesmos.

A associação possui centenas de queixas no PROCON e em sites de reclamações de consumidores. Dentre as principais queixas estão: o não pagamento de indenização por perda total do veículo, a péssima qualidade das oficinas credenciadas, a não permissão de uso do serviço de reboque, e a não cobertura em veículos de terceiros.

A empresa é comandada por um casal de Belo Horizonte, que ostenta uma vida de luxo nas redes sociais e vive atualmente na Flórida, nos Estados Unidos. A Polícia Federal já está em contato com autoridades americanas para identificar o paradeiro desse casal.

Os diretores e seus ‘laranjas’ já foram indiciados pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, crime contra as relações de consumo e por operar instituição financeira sem autorização estatal. As penas cumuladas podem ultrapassar os vinte anos de prisão.

O inquérito policial será finalizado e seguirá para o Ministério Público Federal, para que seja oferecida a denúncia à Justiça Federal em Belo Horizonte.

 

Fonte: CBN online