Segundo informações do site Globo Rural, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, quer elaborar e apresentar uma nova modalidade de Seguro Rural no próximo Plano Safra 2024/25. A iniciativa em estudo tem origem no México e já vem sendo adotada em outros países da América Latina. De acordo com o Ministro, o modelo cruza dados meteorológicos e agronômicos, com uso de Inteligência Artificial, para precificar apólices que podem ficar mais baratas e quantificar possíveis indenizações.

Fávaro disse que a intenção é buscar opções para modernizar o seguro rural no Brasil e não ficar refém da disponibilidade de orçamento para subsidiar os prêmios. Em 2023, as tentativas de conseguir aporte extra foram frustradas, e a verba do programa de subvenção caiu para R$ 933 milhões. Para 2024, o recurso previsto na Lei Orçamentária Anual é de R$ 964,5 milhões, com previsão de atender menos de 70 mil produtores.

Fontes do Mercado de Seguros afirmaram que o modelo em avaliação já existe no Brasil na forma do seguro paramétrico. O produto é baseado na definição de índices verificáveis para customizar as apólices de acordo com a necessidade do produtor. A modalidade pode receber subvenção federal e usar dados de clima do Inmet. Em entrevista ao site Valor Econômico, Carlos Fávaro, destacou a existência de várias ferramentas para tornar o seguro mais amplo. “Não adianta só querer ficar exigindo, buscando mais recursos para dar subvenção ao prêmio do seguro. O orçamento é algo finito, o cobertor sempre é curto. Existem ferramentas e fórmulas para o seguro ser mais amplo, atender gama maior de produtores, e com preços mais acessíveis”, disse.

Segundo ele, o modelo avaliado usa inteligência artificial para cruzar dados meteorológicos, tecnológicos, como a variedade da semente, a data de plantio e a região. “Ao cruzar com a informação da previsão meteorológica, indica o risco. Se o produtor plantar aquela variedade, o seguro custa mais caro. Se plantar a variedade recomendada, o seguro é mais barato”, disse. Mudanças normativas serão propostas para impulsionar o modelo paramétrico em 2024 e ajudar a criar a “cultura” de acesso ao seguro onde as modalidades tradicionais não são atrativas, como o Centro-Oeste e o Matopiba.

O modelo apresenta diferenciais como a possibilidade de contratar o seguro para períodos específicos da safra, e não a temporada completa. Outro diferencial é a possibilidade de o produtor assumir uma porcentagem do risco e não acionar o sinistro em caso de perdas menores. O cruzamento de dados feito com inteligência artificial também torna o modelo mais eficaz para a comprovação das perdas e o pagamento das indenizações. “Isso vai baratear a apólice e dar diversas opções de acesso ao seguro para o produtor. Com a possibilidade de complemento da subvenção pelo governo, vamos fazer o seguro rural ser algo mais popular, efetivo, disponível ao produtor, em sistema inovador”, concluiu Carlos Fávaro.

 

Fonte: CQCS