Segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados), no Brasil, o número de corretores de seguros habilitados com idade superior a 55 anos é 174,57% maior do que os profissionais com menos de 34 anos. De acordo com a autarquia, há 23.858 corretores de seguros acima de 55 anos e 8.689 abaixo de 34 anos.
O total de profissionais com mais de 74 anos (1.781) é mais de três vezes maior que aqueles com menos de 25 (460). A faixa etária com maior número de profissionais registrados está entre 35 e 44 anos (20.581). Além disso, chama a atenção também o total de corretores de seguros com idades variando entre 45 e 54 anos (18.383) e entre 55 e 64 anos (15.295).
Para Armando Vergílio, presidente da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros), o fato de ter menos jovens corretores neste momento é consequência de somente nos últimos anos o setor de seguros ter passado a atrair a atenção de quem está entrando no mercado de trabalho. “entendemos que é sempre bom atrair jovens para o nosso mercado. A ENS vem trabalhando nesse sentido, com o apoio total da Fenacor e dos Sincors”.
Vergílio afirma que, internamente, a Federação acabou de contratar diversos estagiários para diferentes áreas. “Isso traz ideias novas e nos ajuda a aprimorar ainda mais os serviços prestados aos sindicatos e aos corretores. Estamos estudando, inclusive, a possibilidade de oferecer condições especiais para a inscrição de mais jovens, especialmente os que estão em fase de formação na ENS, no próximo Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, que será realizado no Rio de Janeiro, entre os dias 10 e 12 de outubro deste ano”.
O presidente da Fenacor diz que o mercado de seguros precisa de regras claras, além de um amplo diálogo entre Governo e setor privado, para continuar crescendo e ajudando a economia brasileira. “Como gostava de dizer um grande amigo, precocemente falecido, o ex-presidente da CNseg, Marco Antonio Rossi, o mercado de seguros não quer ser amado, mas desejado. A junção de novas ideias e do vigor dos mais jovens, com a experiência e qualificação dos profissionais mais maduros, é a base de crescimento de quaisquer empresas ou entidades”.
Boris Ber, presidente do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo), ressalta que a falta de jovens no setor vem ocasionando um problema de sucessão dentro das corretoras de seguros “Hoje em dia é muito difícil que um filho de corretor(a) se interesse em assumir os negócios do pai ou da mãe. Para atrair mais jovens, estamos realizando mudanças na nossa comunicação interna e externa, adotando uma linguagem mais moderna. Para que mais pessoas se interessem pelo mercado, é preciso, principalmente, divulgar a importância da nossa profissão”.
Ber acredita que a falta de corretores abaixo dos 34 anos afeta diretamente o desenvolvimento do segmento. “Isto influencia, e muito, no entendimento do que é o seguro e até mesmo na forma de aquisição de apólices. Com o avanço da tecnologia, que é sim uma aliada do corretor, o jovem já busca uma compra direta do seguro e até mesmo outros produtos e serviços, e isso deve servir de alerta para as corretoras se reinventarem para atingir este público”.
Para reforçar a atuação dos jovens dentro do Sincor-SP, Boris afirma que o sindicato desenvolveu uma comissão onde os corretores mais novos podem expressar seus pensamentos e trazer novas ideias para a organização. “A troca de sinergia e de informação entre diferentes gerações contribui muito para o nosso trabalho, que é atender o corretor de seguros e ajudar na expansão do mercado”.
Fonte: Revista Apólice Online