No dia 27 de dezembro de 2023, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o reajuste do salário mínimo, que passou a valer em 1º de janeiro de 2024. Com um aumento de quase 7%, o novo valor é de R$1.412. Segundo informações da Agência Gov, o novo valor inclui a inflação dos últimos 12 meses até novembro, de 3,85%, e mais três pontos percentuais em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto do País em 2022. Os ajustes governamentais atingem profissionais e diversos mercados, como o setor de seguros. Diante desse cenário, o CQCS conversou com Genildo Lins, diretor de Assuntos Corporativos e Relações Institucionais e Sindicais da CNseg, para falar sobre o tema.Genildo conta sobre a resultância positiva que o setor de seguros pode receber a partir do novo reajuste do piso do salário mínimo, uma vez que aumenta a renda disponível da população brasileira – “Hoje o Brasil ainda tem índices baixos de utilização de seguros. Apenas 30% dos automóveis em circulação, por exemplo, possuem seguros. Da mesma maneira, o número de residências com seguro é de apenas 17%. Parte dessa baixa adesão aos produtos do setor segurador é em função da disponibilidade financeira. Quando o governo faz uma correção mais robusta do salário mínimo, o resultado natural é um aumento da procura pelos produtos mais adequados à realidade daquelas pessoas”, explica.

O impacto do reajuste do salário mínimo na economia, avaliado por um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), é significativo. Com aproximadamente 59,3 milhões de pessoas com rendimento vinculado ao salário mínimo, prevê-se um incremento anual de R$ 69,9 bilhões na renda total.

Sendo um pilar importante, Lins solidifica o ajuste sob a questão de abrir perspectivas favoráveis para um aumento na demanda por seguros, já que torna o acesso a esses produtos mais viável. Acredita-se que essa mudança pode incentivar a procura por diversas coberturas, como seguro de vida, funeral e residencial, devido aos seus valores acessíveis. Além disso, espera-se um possível reflexo dessa tendência no interesse por coberturas adicionais, como as do seguro automóvel. A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) projeta um crescimento de 11,7% no setor segurador em 2024, considerando uma estimativa de 2,5% para o Produto Interno Bruto.

Por fim, como uma visão da CNseg, as perspectivas e desafios que o setor de seguros pode enfrentar diante desse novo cenário econômico vão além da democratização do acesso ao seguro, que é uma das metas estabelecidas no Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS), lançado em 2023 – “A CNseg aposta na ampliação e criação de produtos mais segmentados e voltados para demandas específicas e no desenvolvimento de seguros voltados para enfrentar as questões climáticas, como, por exemplo, o Seguro Social Contra Catástrofe e a criação de um fundo para o seguro Rural”, explica.

Em síntese, o reajuste do salário mínimo em 2024, tem potencial para impulsionar positivamente o setor de Seguros no Brasil. A elevação da renda disponível da população pode aumentar a demanda por seguros, abrindo oportunidades para o crescimento do mercado. A perspectiva otimista da CNseg destaca não apenas a procura por coberturas tradicionais, mas também a criação de produtos mais segmentados e adaptados às necessidades específicas.

 

Fonte: CQCS