Hoje, 10 milhões de celulares no Brasil têm cobertura de seguros. Um mercado que movimenta R$ 2,5 bilhões por ano.

Os casos frequentes de roubo estão levando milhões de brasileiros a contratar um seguro de celular.

Os dois rapazes caminhavam tranquilamente pelo bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, e não perceberam a aproximação do homem disfarçado de entregador. O bandido armado levou os celulares das vítimas. Cenas assim têm se tornado cada vez mais comuns, principalmente nas grandes cidades.

“Fui rendido por dois meliantes armados com pistola. Levaram meu telefone, aliança, carteira, mochila, fora o terror psicológico”, conta uma vítima.

Mas não acabou aí. A vítima conta que, no mesmo dia, um amigo emprestou um telefone e mandou o aparelho por um motoboy que nunca fez a entrega.

“Meu amigo m ligou e falou assim: ‘Te entregaram o telefone?’. E eu falei: ‘Não, não me entregaram nada não’. E ele falou: ‘A corrida deu encerrada e ele encerrou no quarteirão anterior à sua casa’”, diz.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública registrou o roubo ou furto de quase 1 milhão de celulares em 2002. Um aumento de 16,6% em relação ao ano anterior. Uma epidemia que tem feito muitos brasileiros recorrerem à contratação dos seguros.

Hoje, 10 milhões de celulares no Brasil têm cobertura de seguros. Um mercado que movimenta R$ 2,5 bilhões por ano.

Mas se você tiver interesse em contratar o serviço, prepare-se. Seguro de celular está longe de ser barato. O seguro contra e furto e roubo, incluindo danos acidentais, foi cotado por uma companhia em quase R$ 3,9 mil. Para a gente entender melhor o que isso significa, o seguro total de um carro custou R$ 1,1 a mais: R$ 5 mil. Parece desproporcional se a gente comparar o valor desses dois bens.

No caso do celular, o seguro representou quase 25% do valor do aparelho. E ainda tem a franquia de R$ 2,6 mil, que terá que ser paga em caso de furto ou roubo. No carro, o seguro representou 3,5% do valor do veículo, e não há franquia para roubo.

Luís Reis, representante da Federação Nacional de Seguros, explica por que o seguro de celular ainda é tão caro.

“Aqui no Brasil, o roubo e furto é bastante representativo, principalmente nas grandes capitais. Isso na hora da contratação acaba ficando mais caro para o consumidor porque é um evento que ocorre com frequência”, explica o presidente da Comissão de Afinidades da FenSeg.

Com ou sem seguro, é preciso ficar atento. O certo é que brasileiros estão perdendo a liberdade de ficar na rua com o celular na mão.

“Eu não falo em telefone na rua. Se eu tiver alguma ligação urgente, eu entro em uma loja e atendo”, conta uma mulher.

“O telefone toca e a gente não pode atender”, diz uma outra mulher, que já teve o celular roubado três vezes.

Fonte: G1