Um benefício constitucional assegurado após um certo tempo de trabalho e, mais que isso, o direito de ter a subsistência garantida quando não mais puder exercer uma profissão. Seja por razões de idade avançada ou incapacidade, a aposentadoria é um instituto previdenciário bastante almejado pelos brasileiros, que desejam ter uma vida mais tranquila e com segurança financeira quando chegar a hora de parar de trabalhar.

No entanto, cada vez mais o corpo da lei recebe alterações por meio das chamadas reformas previdenciárias, devido a diversos fatores, como aumento da expectativa de vida, envelhecimento da população trabalhadora e também déficits no sistema. E cada vez mais os trabalhadores esperam depender somente da renda da aposentadoria para sobreviverem quando pararem de trabalhar.

É o que indica uma pesquisa feita pela Fenaprevi, a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida, durante o segundo semestre de 2023. A pesquisa indica que 42% dos brasileiros esperam viver somente do dinheiro da aposentadoria, um aumento em relação à última pesquisa realizada, em 2021, quando esse número era de 30%.

A dificuldade em poupar dinheiro para o futuro é uma das razões para isso. Com menos poupança, a dependência em relação à previdência aumenta. O próprio presidente da Fenaprevi, Edson Franco, indica essa tendência.

Segundo ele, “falta renda suficiente para investir no futuro”. Ele também aponta a falta de educação financeira dos brasileiros. No entanto, entende que é difícil pensar no futuro quando o presente apresenta tantas dificuldades.

A pesquisa também aponta para o fato de que as mulheres são quem mais esperam contar com a renda da aposentadoria. Os homens, de acordo com a pesquisa, têm mais facilidade em obter outras fontes de renda, mesmo depois de aposentados. Em comum, somente o fato de mais da metade dos entrevistados, cerca de 55%, desejarem pedir aposentadoria aos 60 anos.

Em contrapartida, muitos temem não conseguir se aposentar. As constantes reformas no sistema previdenciário – já somam sete desde a promulgação da Constituição, em 1988 – assustam a população, que vê esse direito cada vez mais longe. A extinção da aposentadoria por tempo e o aumento do tempo de contribuição, tanto para homens como para mulheres, foi a mudança mais sentida recentemente.

Quem trabalha na informalidade tende a sofrer mais com as consequências das reformas.A dificuldade em fazer o recolhimento e comprovar vínculos afeta a contagem de tempo trabalhado. Outra queixa passa pela demora no atendimento de quem pleiteia o direito. É sabido que hoje já são mais de 5 milhões de pessoas esperando na fila para conseguir se aposentar.

No entanto, muitas pessoas têm seu direito negado. Muitas se confundem com as várias regras, que podem ser muito confusas, e acabam pensando que têm o direito quando não o têm, ou não juntam a documentação correta, por exemplo. Para isso, um bom planejamento de aposentadoria pode ser bastante benéfico para ter mais assertividade e garantia de conseguir alcançar a tão desejada aposentadoria.

Fonte: Jornal Contábil Online