Caderno especial do jornal Valor Econômico informa que os lançamentos dos programas federais de Neoindustrialização e do Novo PAC devem gerar impactos positivos

De acordo com o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, em declaração para a matéria, esse bom resultado é reflexo do momento de dinamismo e inovação dessa indústria, que também tem investido muito em digitalização e diversificação. “O setor aposta em inteligência artificial e big data, o que tem ajudado na precificação dos riscos. Além disso, novos produtos adaptados às mudanças climáticas estão no cenário”, afirmou. 

O Especial pode ser lido na íntegra por assinantes do veículo, mas o Notícias do Seguro traz alguns destaques.

  1. Potencial de movimentação positiva

De acordo com o superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, o Novo Pac, com seu R$ 1,7 trilhão previsto para investimentos, tem o potencial de trazer uma movimentação positiva de até meio trilhão de reais, somente para Seguro Garantia.

  1. Setor de seguros vem crescendo desde 2021

Mas as notícias positivas para o setor segurador não param por aí. De acordo com a publicação, com base em dados fornecidos pela CNseg, o setor de seguros vem crescendo consistentemente desde 2021, tendo arrecadado, apenas entre janeiro e julho deste ano, R$ 217,17 bilhões, o que representa uma alta de 8,63% em relação ao mesmo período de 2022. 

  1. Captação da Previdência Aberta cresce acima da inflação 

O presidente da FenaPrevi, Edson Franco, afirmou à publicação que 2023 está sendo considerado um ano de recuperação após a pandemia, consolidando a tendência de crescimento acima da inflação e do PIB nos últimos 10 anos. De janeiro a setembro, informa o jornal, o segmento de Previdência Privada e Vida teve uma captação líquida de R$ 28,63 bilhões, avançando 12,7% no período (ou 7,7% se descontada a inflação). E considerando os últimos 10 anos, mesmo com as duas recessões do período, o avanço foi de 8,5% (ou de 2,2% se descontada a inflação). 

  1. Alta de custos deve trazer prejuízo às operadoras de planos de saúde 

O crescimento da receita das operadoras e os reajustes autorizados pela ANS não têm sido suficientes para compensar a alta dos custos com tratamentos de saúde, aliada à maior frequência do uso dos planos, informa o Especial do Valor. De acordo com a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente, somente em 2022, as operadoras de planos médico-hospitalares acumularam um prejuízo de R$ 10,7 bilhões, o que gerou uma redução no número de operadoras em atividade e na oferta de produtos. Segundo ela, outros problemas que afligem o setor são as fraudes e a judicialização na saúde.  

  1. Queda no preço do Seguro de Automóvel limita o ritmo de crescimento 

Com o preço dos carros novos e usados relativamente mais baixos neste ano, o aumento no custo das peças de reposição, a redução na proporção entre o valor do veículo e de seu seguro e o aumento da disputa das seguradoras pelos clientes, as empresas do setor enfrentam uma redução no ritmo de crescimento da arrecadação do segmento de Seguros de Automóvel. Mas, de acordo com o diretor-executivo de Produtos Massificados da Tokio Marine, Marcelo Goldman, “apesar de um crescimento menor na arrecadação, está sendo um ano bom”. 

  1. Novo marco eleva a arrecadação dos microsseguros 

Na esteira da pandemia e do seu novo marco regulatório, os microsseguros, destinados à população de renda mais baixa, registraram um aumento de 195% na arrecadação entre 2019 e 2022, com vendas na ordem de R$ 1,05 bilhão no ano passado, informa a publicação, com base em dados fornecidos pela CNseg. “Até então, existiam muitas amarras em relação a aspectos como a importância segurada, o escopo dos produtos, a cobertura e a renda máxima dos clientes”, explicou a superintendente de Relações de Consumo e Sustentabilidade da CNseg, Luciana Dall’Agnol.  

  1. Setor flexibiliza as ofertas de proteção para home-offices e nômades digitais no pós-pandemia 

Com cerca de 9,5 milhões de pessoas trabalhando em home-office no Brasil em 2022, segundo o IBGE, e o surgimento de 171 mil novos microempreendedores individuais nesse período, as seguradoras têm flexibilizado as coberturas do Seguros Residencial e Empresarial para se adaptarem a essa nova realidade.  O produto “Seguro Residencial Misto Empreendedor” da Tokio Marine, por exemplo, cobre os equipamentos de uso profissional na residência em caso de sinistro, assim como a HDI, com o seu “Seguro em Casa do Funcionário”. E produto semelhante da Porto Seguro protege até contra PIX realizado mediante ameaça e violência. As seguradoras oferecem, ainda, a possibilidade de cobertura de placas solares e o serviço de help-desk para equipamentos de informática.  

  1. Seguradoras registram alta na procura pelo Seguro Prestamista 

Com uma arrecadação que só é superada pelo Seguro de Vida, o Seguro Prestamista atingiu a cifra de R$ 16,7 bilhões em 2022, de acordo com levantamento da FenaPrevi fornecido ao Valor. O Seguro Prestamista cobre o pagamento total, parcial ou temporário de dívidas como empréstimos, financiamento de veículos, aluguel e fatura do cartão de crédito, entre outros, havendo coberturas para morte, invalidez, desemprego e perda de renda. De acordo com a presidente da Comissão de Produtos de Ricos da FenaPrevi, Ana Flávia Ribeiro, o produto traz tranquilidade para a instituição financeira, para o segurado e para a família do segurado”. 

  1. Seguradoras amargam perdas no campo 

Os riscos climáticos extremos nas lavouras, com chuvas torrenciais e períodos de longa estiagem, fizeram o gasto com o Seguro Rural disparar e trouxeram tormentas no balanço de pagamento do segmento no Brasil, informa matéria do Especial sobre o tema. Em 2021 e 2022, as indenizações aos agricultores foram na ordem de R$ 14,2 bilhões, enquanto a arrecadação ficou em apenas R$ 11,1 bilhões, de acordo com números fornecidos pela CNseg e pela FenSeg. Segundo o presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg, Joaquim Francisco Rodrigues Cesar Neto, isso ocorreu devido à concentração de eventos climáticos extremos em áreas que mais haviam contratado o produto, como Paraná e Rio Grande do Sul. 

  1. Desastres naturais causa prejuízos de US$ 295 bilhões em 2023 

A grande frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos ocorridos em todo o mundo em 2023 já colocam esse ano como um dos mais letais desde 2010, com 75 mil mortes e perdas estimadas em US$ 295 bilhões. No Brasil, apenas entre janeiro e setembro deste ano, os prejuízos chegaram a US$ 555 milhões. Apesar disso, os executivos do setor afirmam que ainda há uma lacuna de proteção contra eventos extremos, deixando as pessoas e as infraestruturas cada vez mais expostas.  

A publicação informa que, por essa razão, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 410/22m que prevê a criação de um seguro obrigatório para catástrofes naturais, com cobertura para danos materiais decorrentes de alagamentos causados por chuvas em imóveis urbanos e rurais. Em setembro, inclusive, a CNseg apresentou adendos ao PL para o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. “O setor de seguros tem avançado bastante no enfrentamento das mudanças climáticas e isso inclui pensar na resiliência das cidades e em formas de dar uma proteção financeira de emergência à população mais vulnerável”, afirmou a diretora de Sustentabilidade e Relações de Consumo da CNseg, Ana Paula de Almeida Santos.  

 

Fonte: CNseg