Chuvas e apagões fazem disparar acionamento de seguradora – mas também aumentam venda de apólices

As fortes chuvas que atingiram as regiões Sul e Sudeste nas últimas semanas e chegaram a derrubar a luz elétrica em milhões de imóveis em São Paulo também levaram a uma disparada nos acionamentos de seguros. Os sinistros envolveram os mais variados tipos de cobertura, desde as residenciais e empresariais, o que inclui casos como explosão e queda de raio, passando pela de automóveis, que podem ter sido atingidos por árvores caídas, até a de equipamentos, para proteção contra aparelhos elétricos queimados ou danificados.

Na Bradesco Seguros, por exemplo, uma das maiores segurados do país, uma operação emergencial montada para dar conta da alta demanda registrou 650 acionamentos de seguro nos meses de outubro e novembro nas regiões Sul e Sudeste. A estimativa é que as indenizações somem R$ 13,2 milhões. Segundo o governo de São Paulo, só no dia 4 de novembro, cerca de 2,5 milhões de residências ficaram sem energia após os temporais, a maioria (84%) na área de cobertura da concessionária Enel.

A seguradora não consegue fazer uma comparação exata com os mesmos meses do ano passado, porque não houve operação emergencial naquele período. Mas é perceptível que 2023 tem sido um ano atípico: há um recorde em operações emergenciais (oito até agora), a maioria no Sul e no Sudeste e das quais três ainda estão em andamento. No ano passado, houve apenas uma em todo o país.

De forma geral, no acumulado do ano até novembro, a Bradesco Seguros anotou um avanço de 233% nos chamados em relação a igual período do ano passado, com 4,4 mil avisos. Em indenizações, o crescimento é de 197%, para R$ 20 milhões, sem considerar casos que ainda estão sendo contabilizados.

Segundo o diretor Saint’Clair Lima, da Bradesco Seguros, alguns avisos podem levar dias para serem feitos porque é comum que muitos clientes só se deem conta de alguns problemas (como um aparelho elétrico que queimou, por exemplo) depois que a luz volta. Além disso, pode acontecer de os profissionais da seguradora demorarem para chegar ao local de atendimento por causa de ruas bloqueadas pelos estragos das chuvas, com árvores derrubadas.

O lado positivo disso, ele afirma, é que os segurados acabam percebendo o benefício do seguro, gerando renovações de contrato. “Sempre que temos algum evento climático, como ocorreu aqui em São Paulo, e que acontece com mais frequência no Sul, a compra de seguros chega a aumentar em 25%, porque há uma conscientização”, diz.

Fonte: Pipeline Valor