Em um mundo cada vez mais marcado por eventos imprevisíveis e desastres naturais, a avaliação de sinistros desempenha um papel vital na recuperação e assistência às vítimas. Até recentemente, esse processo era conduzido de maneira predominantemente manual por peritos e ajustadores de seguros. No entanto, uma revolução significativa tem se desenhado, impulsionada pelo avanço da inteligência artificial (IA), transformando fundamentalmente a maneira como lidamos com emergências e avaliamos danos.

Tradicionalmente, a avaliação de sinistros no setor de seguros enfrentou desafios consideráveis, como períodos de regulação substanciais e subavaliação de danos, em função da insuficiência de informação e processos não otimizados. Com a chegada da ferramenta da inteligência artificial é possível redefinir não apenas a eficiência do processo, mas também melhorar a precisão das estimativas de danos. Diante deste cenário, as seguradoras têm se empenhado para liderar a transformação no setor, alinhando estratégias de negócio, avaliação de sinistros e, consequentemente, fornecendo melhores preços e experiência para o cliente.

Certamente a implementação das novas tecnologias chega para facilitar o dia a dia de toda a cadeia no setor de seguros, bem como, diminuir danos e fraudes. Compartilho, abaixo, alguns benefícios do uso da IA no processo de sinistro e subscrição de riscos:

Análise de dados em tempo real: a capacidade da IA de analisar dados provenientes de diversas fontes em tempo real é um divisor de águas. Sensores, câmeras de vigilância e até mesmo redes sociais fornecem informações cruciais para identificar e responder rapidamente a eventos de emergência, como incêndios, acidentes e desastres naturais.

Previsão de desastres: algoritmos de IA processam grandes conjuntos de dados históricos e em tempo real para prever a ocorrência de desastres naturais, permitindo evacuações preventivas e o posicionamento estratégico de recursos de resposta.

Análise de linguagem natural e de imagens: chatbots e sistemas de processamento de linguagem natural agilizam chamadas de emergência, coletando informações importantes e fornecendo respostas preliminares antes da chegada dos serviços de emergência. Também é possível analisar imagens e vídeos de câmeras de vigilância permite identificar situações de emergência, facilitando uma resposta mais rápida.

Avaliação de danos: a IA é utilizada para analisar imagens e vídeos, agilizando a avaliação de danos a veículos, propriedades e outros ativos segurados, eliminando a necessidade de inspeções presenciais demoradas.

Detecção de fraudes e automatização de decisões: os algoritmos de IA podem identificar padrões suspeitos de fraude, permitindo que as seguradoras detectem sinistros fraudulentos mais rapidamente. E, consequentemente, tome suas decisões da forma mais rápida possível. Em certos casos, o tempo de respostas pode levar 02 segundos.

Desafios éticos e o futuro da IA na avaliação de riscos

A implementação da inteligência artificial (IA) na avaliação de sinistros enfrenta desafios éticos. A preocupação central é a privacidade de dados, demandando medidas rigorosas de segurança para proteger as informações dos segurados. O fato é que a IA não deve substituir integralmente a decisão humana, mas sim ser uma ferramenta para aprimorar o processo, apoiando os profissionais na tomada de decisões informadas.

Assim, a revolução impulsionada pela inteligência artificial na avaliação de sinistros é um marco significativo no setor de seguros. Com a capacidade de agilizar processos, reduzir tempos de resposta e aprimorar a precisão das avaliações, a IA torna-se uma aliada valiosa na resposta a emergências. Contudo, a responsabilidade ética deve ser prioridade, garantindo que a tecnologia seja usada para beneficiar vítimas e sociedade.

À medida que a tecnologia evolui, esperamos não apenas melhorias contínuas na eficiência da avaliação de sinistros, mas também um compromisso constante com integridade, ética e transparência. A inteligência artificial, quando aplicada com responsabilidade, tem o potencial de transformar não apenas a indústria de seguros, mas também a maneira como enfrentamos e nos recuperamos de eventos adversos, construindo um futuro mais resiliente e eficiente.

 

Fonte: Economia SP