A Porto divulgou lucro líquido de R$ 705,6 milhões no segundo trimestre de 2023, aumento de 437% comparado com o mesmo trimestre do ano passado. No primeiro semestre, o grupo comemora ter superado a marca de R$ 1 bilhão, com avanço de 238%. “Além de registrarmos este fato histórico, todas as verticais de negócios – Porto Seguro, Porto Saúde e Porto Bank registraram crescimento das receitas”, festeja o CEO da holding, Roberto Santos, em entrevista ao Sonho Seguro.
A receita total da Porto avançou 17,6% no segundo trimestre comparado ao mesmo período do ano anterior, atingindo a marca de R$ 7,5 bilhões. Em indenizações, a Porto devolveu à sociedade R$ 8 bilhões no primeiro semestre. Segundo ele, a tendência é de a sinistralidade em seguros gerais, como carro e casa, se mantenha sem aumento de frequência de colisão, roubo e furtos. “Não enxergamos possibilidade de piora de resultados no mercado”, aponta.
A rentabilidade sobre o patrimônio da companhia alcançou 25,8% no trimestre com incremento de 20,2 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano anterior, e 19% no semestre, elevação de 12,5 p.p. quando comparado ao primeiro semestre de 2022. Contudo, excluídos os efeitos dos ativos intangíveis, o ROAE ajustado foi de 27,8% no segundo trimestre e de 20,5% no primeiro semestre do ano.
Além do ganho operacional equilibrado, as seguradoras registraram no semestre um ganho financeiro alimentado pela Selic ainda elevada. O retorno sobre as aplicações financeiras (ex-previdência) geridas pela tesouraria da Porto foi de R$ 339,2 milhões no segundo trimestre do ano, o que representa uma rentabilidade equivalente a 100% do CDI. Os resultados do trimestre foram explicados pela variação das carteiras de ações que compensaram o carrego dos títulos atrelados à inflação. Em relação ao mesmo período do ano passado, o resultado financeiro aumentou 161,8%, atingindo R$ 330,9 milhões.
Santos ressalta que já se foi o tempo em que ter uma taxa de juros elevada beneficiava as instituições financeiras. “As seguradoras calibram a precificação dos produtos considerando o ganho operacional e o ganho financeiro para ter uma companhia saudável e com caixa para investir na melhor oferta aos consumidores. Estamos colhendo bons resultados por ter o cliente no centro do negócio, como mostram os indicadores NPS acima de 70% nas principais carteiras de negócios”, acrescenta.
Um indicador importante foi a conquista de clientes. A Porto ganhou aproximadamente 500 mil em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 12,7 milhões de consumidores e um total de 20,4 milhões de negócios. “Temos um pré-sal dentro de casa. Com uma base de dados unificada, podemos fazer ofertas assertivas para os clientes. Hoje já temos 1,5 negócio para cada CPF. São infinitas oportunidades de negócios em todas as frentes de negócios com nossos distribuidores”, conta.
No principal canal de vendas, os corretores de seguros e assessorias, Santos cita o programa “A Porto está por perto”. “Temos uma agenda mensal de encontros. Escolhemos uma cidade ou região e fazemos a ativação da marca, com os principais executivos da companhia, que escutam as alegrias e dores dos corretores. Com uma escuta ativa, melhoramos cada vez mais o nosso relacionamento e, consequentemente, nossas vendas”, explica.
As cooperativas de crédito, que avançam a passos largos e em breve ganham uma regulamentação própria. O governo se movimenta para otimizar a estrutura do setor de seguros, o que inclui permitir a concessão de autorização para a atuação de cooperativas para além de operações em seguros agrícolas, de saúde e acidentes do trabalho. “Temos profissionais dedicados a este canal”, informa. Segundo ele, a Porto está presente nas principais cooperativas do país.
As vendas via bancos parceiros também ganham destaque, principalmente porque as instituições financeiras passaram a priorizam mais seguros no mix de produtos aos seus clientes. Neste primeiro semestre, a Porto estreou no balção de vendas do Santander e da XP. Com o Itaú, tem uma joint venture desde 2009, que está amadurecendo a cada dia com um maior apetite do banco pelos produtos de seguros.
O presidente do Itaú, Milton Maluhy, disse em reunião com analistas na quarta-feira (8), que a plataforma digital possibilita ofertas assertivas, o que abre uma possibilidade de crescimento das vendas em diversos produtos, sendo seguro um deles. “É um ambiente de negócios maduro, onde colhemos frutos dos investimentos em tecnologia, comunicação, marca, processos colaboradores e, sobretudo, no atendimento ao corretor e aos consumidores”, avalia o CEO da Porto.
De acordo com Santos, o momento do setor, com o alinhamento das políticas e estratégias comandadas pela CNseg, a confederação das seguradoras, da qual é o presidente executivo, e com o avanço das reformas que o governo vem implementando, favorecem os negócios no Brasil. “Tudo isso ajuda a construir uma economia forte. E é isso que é bom para seguros”, diz.
Um dos exemplos é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), previsto para ser anunciado nesta sexta-feira pelo presidente Lula. “Os investimentos envolvidos movimentam a renda das grandes, das médias, das pequenas empresas. E isso gera impacto em praticamente todos os segmentos da economia. Em seguros, as pessoas compram mais planos de saúde, proteção para um financiamento, seguro para um carro, consórcio, usam mais o cartão de crédito “, pontua.
Tudo isso chega num momento em que a Porto tem um novo posicionamento, com as verticais de negócios, com o “rebranding” e o investimento na visibilidade da marca. “Estamos patrocinando grandes eventos, como o festival de música “The Town” e a Fórmula 1. Isso tem trazido bons resultados, como o consumidor reconhecendo nossa marca e a qualidade dos serviços que nos dedicamos a ofertar para todos”.
Verticais: todas apresentaram crescimento de dois dígitos
Na Porto Seguro, vertical que responde pelos produtos de seguros da companhia, as receitas do trimestre cresceram 14% (vs. 2T22), impulsionadas pela expansão em duplo dígito dos principais produtos. No Auto, os prêmios emitidos aumentaram 11,5% no trimestre (vs. 2T22), explicado pelo incremento de 100 mil carros na frota (vs. 2T22), decorrente do aumento das vendas, e pelas adequações na precificação.
Os seguros Patrimoniais avançaram 20,5% (vs. 2T22), com destaque para o Empresarial, Residencial e seguros para Celulares. O seguro de Vida apresentou um crescimento de 25,9% (vs. 2T22). Já o Índice Combinado da vertical Porto Seguro melhorou significativamente, atingindo 85,1% (-14,4 p.p. vs. 2T22), explicado principalmente pela redução na sinistralidade do Auto.
A Porto Saúde registrou alta de 32,2% (vs. 2T22) nas receitas, alavancada pela continuidade de uma expansão significativa do seguro Saúde em prêmios (+34,6% vs. 2T22) e em vidas (+16,7% vs. 2T22), ultrapassando 460 mil vidas seguradas no período. A sinistralidade do Seguro Saúde foi de 84,2% no 2T23, um aumento de 5,5 p.p. em comparação ao 1T23, em razão de uma retomada do comportamento pré-pandemia. A Companhia tem atuado com foco em tecnologias para redução de fraudes. Estima-se que essas iniciativas geraram um impacto recorrente entre 1,0 e 1,5 p.p. de redução no sinistro.
Os resultados da Porto Bank, vertical de negócios financeiros, seguem com as mesmas tendências de progresso. As receitas totais ultrapassaram R$ 1,1 bilhão, aumento de 9,1% em relação ao 2T22, com crescimento de mais de 260 mil negócios na vertical (vs. 2T22). Em Consórcio, destaque para a expansão de 22,2% nas receitas. No segmento de consórcio de veículos, as vendas aumentaram 85,4% no período. Já no imobiliário, esse incremento foi de 63%.
Já a inadimplência das Operações de Crédito acima de 90 dias ficou estável em comparação ao trimestre anterior e permaneceu 0,6 p.p. abaixo da média de mercado. A vertical manteve o rigor nas políticas de concessão, privilegiando o crédito para clientes que possuem relacionamento com a Companhia, e implantou novos instrumentos de cobrança que elevaram a recuperação de clientes devedores. O foco na gestão de risco e a melhor qualidade da carteira de crédito continuam sendo pilares do crescimento sustentável.
No segmento de Serviços, o avanço nas parcerias estratégicas contribuiu para um aumento de 20,2% nas receitas (vs. 2T22) e a uma expansão significativa na quantidade de usuários no modelo B2B nos últimos 12 meses (+41% vs. 2T22), em linha com a estratégia da companhia de gerar valor através da ampliação da oferta de serviços para novos públicos e segmentos.
Santos também destacou as premiações e as ações da seguradora em ESG, detalhados no relatório de sustentabilidade divulgado em junho deste ano. A companhia foi eleita a 2ª marca mais forte do país pela Brand Finance. Também venceu o prêmio Exame Melhores do ESG na categoria Serviços Financeiros.
Principais destaques (2T23 em comparação com 2T22):
Receita Total: R$ 7.576,5 milhões (+17,6%)
Receita Porto Seguro: R$ 5.056,1 milhões (+14,0%)
Receita Porto Bank: R$ 1.115,8 milhão (+9,1%)
Receita Porto Saúde: R$ 1.069,7 milhão (+32,2%)
Receita Serviços: R$ 134,8 milhões (+20,2%)
Lucro Líquido: R$ 705,6 milhões (+437%)
Fonte: Sonho seguro