Após falar para uma plenária lotada na abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu com jornalistas na capital de São Paulo, nesta segunda-feira, 7. Na ocasião, ele comentou que a redução da taxa de juros deveria ter acontecido antes do lançamento do Plano Safra 2023/24.

“Para o produtor, teria sido melhor se a taxa de juros tivesse sido reduzida antes do lançamento do Plano Safra. Daí, o ministro [da Fazenda, Fernando] Haddad poderia fazer um Plano safra com taxas de juros mais eficientes. Mas, infelizmente, não foi isso que aconteceu, essa não foi a prioridade do presidente do Banco Central”, disse Favaro à EXAME.

O ministro está de volta ao Brasil, após uma série de compromissos entre Coreia do Sul, Japão e Arábia Saudita para tratar de abertura de mercados, cooperação para projetos de recuperação de áreas degradadas e protocolos de exportação em casos de gripe aviária.

Novo seguro rural para 2024/25

Como adiantou a EXAME, os recursos para o seguro rural devem acabar já em agosto, conforme prevê a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg). Sobre este assunto, Carlos Fávaro reconheceu que o orçamento de 1,o6 bilhões de reais para subvenção é insuficiente e o problema “requer atenção especial”. “É preciso reconhecer que a apólice fique mais barata e viável”, afirmou o ministro.

Ele criticou que o modelo de seguro rural é mesmo há 16 anos e “se tornou deficitário para as empresas”. “Todas as operadoras de seguro estão com déficit de 3 bilhões de reais, e o sistema não vai se sustentar”, disse Carlos Fávaro.

“Existe déficit há 16 anos, e ainda não se achou o equilíbrio. Portanto, devemos buscar o máximo de recurso para a safra 2023/24 e começar a pensar numa estratégia”, afirmou o ministro. Ele ponderou que não pode “fazer o compromisso de levar o seguro rural a 2 bilhões de reais.

Fávaro ainda citou o ex-ministro Roberto Rodrigues aconselhou-o a estudar o modelo de seguro rural do México, adaptável à agricultura brasileira. “Quem sabe em 2024/25, temos um seguro mais eficiente e sustentável economicamente”, disse.

 

Fonte: Exame.com