Edição 2020 do Relatório de Sustentabilidade da CNseg aponta que maioria das empresas de seguros já inclui o tema no planejamento estratégico

Até março de 2022, estará em consulta pública a minuta de circular da Susep que exige a inclusão dos riscos de sustentabilidade na estrutura de gestão de risco tradicional das empresas de seguros. O documento demanda também a criação de uma Política de Sustentabilidade e a elaboração de um relatório anual, que apresente riscos e oportunidades relacionadas aos aspectos ASG (ambiental, social e governança) e climáticos.

A minuta prevê o estabelecimento de processos e controles específicos para a gestão dos riscos de sustentabilidade e até a possibilidade de limites para concentração de riscos e/ou restrições para a realização de negócios. Para a Diretora- Executiva da Confederação Nacional das Seguradoras- CNseg, Solange Beatriz, é importante destacar que a Susep não irá impor limites ou restrições, mas irá fornecer um conjunto de diretrizes que deve orientar decisões de negócios das empresas.

“A proposta não cria um risco novo para ser adicionado ao capital regulatório das seguradoras. Os riscos de sustentabilidade devem estar integrados à gestão dos demais riscos que já são regulados: os de subscrição, de crédito, de mercado, operacional e de liquidez”, explica.

O documento também aborda a consideração de critérios de sustentabilidade para seleção de investimentos. Esses parâmetros deverão constar nas Políticas de Investimento das empresas indicando em qual parcela da carteira eles serão aplicados.

“O objetivo não é definir o que é um investimento verde ou de impacto, nem qual parcela da carteira deve ser direcionada para investimentos dessa natureza. A abordagem prevista permite que as empresas definam seus próprios critérios e seus apetites a esses tipos de investimentos”.

Solange Beatriz avalia ainda que a preocupação com o tema ASG não é novidade para as seguradoras. “Segundo o último Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros de 2020, elaborado anualmente pela CNseg desde 2015, 90,5% das empresas participantes já integram questões ASG em seus planejamentos estratégicos e 47,4% incluem critérios de sustentabilidade na gestão de investimentos e nos processos de subscrição de riscos. O desafio para 2022 será ampliar a inserção do tema no dia a dia”.

As exigências regulatórias que impõe às seguradoras a consideração de aspectos de sustentabilidade compõe peça-chave para estabelecimento de um modelo de supervisão que fomente o desenvolvimento sustentável do setor financeiro nacional. Esses aspectos passaram a ser exigidos, recentemente, pelo Banco Central e também pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Fonte: CNseg