Os smartphones se popularizaram no Brasil nos últimos três anos. De lá para cá, para fazer parte dos avanços tecnológicos, milhões de consumidores passaram a desembolsar valores mais altos do que estavam acostumados a gastar com um celular. Junto com isso, vem a preocupação com os roubos e formas de como minimizar o prejuízo, caso eles aconteçam.

Isso não é à toa. Só no Estado de São Paulo, foram furtados ou roubados, em média, 17 mil celulares por mês em 2014. O aumento desses crimes foi de 149,59%, em relação ao ano anterior.

Entrar para as estatísticas pode ser inevitável. Mas nem sempre a perda precisa ser tão grande. Com essa ideia, donos de smartphones recorrem ao seguro. O mercado vive um momento de alta, segundo o vice-presidente do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguro no Estado de São Paulo), Boris Ber.

— Aos poucos, as companhias vão incluir o celular no seguro da casa, por exemplo. E também, as pessoas que já têm o seguro do celular vão criando familiaridade com o produto, assim como é com o seguro de carro hoje.

Nikolaos Tetradis, superintendente de Seguros Especiais do Grupo BB e Mapfre, diz que o próprio mercado de smartphones impulsionou a venda de seguros para esses equipamentos.

— Hoje, o investimento que as pessoas fazem em um aparelho desses é bem maior do que no passado. Então, o impacto da perda desse bem é maior. Além, de ser mais vulnerável, por ser transportado. Isso fez com que as pessoas procurassem o seguro.

Porém, o preço desse serviço ainda pode não se encaixar em todos os orçamentos. Há casos, em que o valor de uma apólice pode ser o mesmo do seguro de um carro popular.

Há dois motivos que ajudam a entender isso. Primeiro, os índices de roubo de celular ainda são muito altos, o que aumenta o risco de sinistro e encarece os preços. Segundo, apesar do crescimento, esse mercado ainda precisa de mais clientes.

Uma medida anunciada pelo governo do Estado de São Paulo pode colaborar para a redução do preço dos seguros. Agora, quem for registrar boletim de ocorrência por roubo ou furto de celular terá que informar à polícia o Imei (número de série do aparelho que vem na caixa do celular).

A Secretaria de Estado da Segurança Pública vai solicitar o bloqueio total do telefone. Assim, o smartphone levado pelo ladrão se torna inútil. Paralelamente, investigadores também trabalham para fechar estabelecimentos que conseguem liberar o bloqueio do Imei.

Tetradis lembra que já é procedimento das seguradoras solicitar a nota fiscal do aparelho (que contem esse número de série).

— Quando existe a comunicação do sinistro, se a pessoa não providenciou o bloqueio do Imei, nós, na Mapfre, fazemos isso.

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Recomendações

O vice-presidente do Sincor-SP recomenda que todos os celulares novos tenham seguro. Segundo ele, mesmo com os atuais preços, a pessoa não terá que desembolsar tanto, caso seja assaltada.

Outra orientação é para que os interessados sempre saibam exatamente em quais situações o seguro vai reembolsá-los. Segundo o superintendente do Grupo BB e Mapfre, a falta de conhecimento sobre quais casos podem ser ressarcidos é o principal motivo de indenizações negadas.

— Nenhum seguro de celular cobre o chamado furto simples. Que é aquela coisa quando você está em um restaurante, deixou o celular em cima da mesa e quando percebeu não estava mais lá. As pessoas que vão contratar um seguro têm que ter a consciência clara do que ele cobre. Isso evita a surpresa de um evento que não está coberto.

Fonte: R7