Entre janeiro e agosto deste ano, o faturamento do mercado regulado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) teve um aumento nominal de 4,8% sobre mesmo período de 2013, percentual que se compara desfavoravelmente com os 14,8% de acréscimo da mesma variável em janeiro/agosto de 2013 sobre o mesmo período de 2012. Dado que a inflação no período foi de 6,5%, constata-se que houve queda real da receita de 1,7%.

Para a diretora executiva da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), Solange Beatriz Palheiro Mendes, mesmo com o país passando por um período de mudanças no cenário econômico, o mercado apresentou desempenho positivo. “O Brasil ocupa a l5º no ranking mundial de seguros e ainda há um grande espaço para ser ocupado”, ressalta.

O faturamento dos seguros de pessoas mostrou, em até agosto deste ano, crescimento de 4,0% sobre igual período de 2013, diferente do que aconteceu entre 2013 sobre e 2012, quando o avanço chegou a 10,3%. A dirigente da CNseg mostra ao Monitor Seguros os rumos que o mercado de seguros tomará.

Qual é o atual panorama do mercado de seguros brasileiro? Quais são as expectativas de crescimento?

– O Brasil passa por um período de mudanças no cenário econômico, mas o mercado de seguros brasileiro apresentou um desempenho positivo, com expectativa de que o setor continue a responder por cerca de 6% do PIB brasileiro, com um avanço de 11% na receita. Isso representa um crescimento acima da média de 10%, percentual apresentado nos últimos anos. Independentemente do comportamento da economia, a penetração do seguro no Brasil ainda é muito inferior a de outros países. Hoje, só 35% da população compra seguro, o que mostra que estamos diante de um cenário de muitas oportunidades para inserirmos milhões de brasileiros no setor. Hoje, o Brasil ocupa o 15º lugar no ranking mundial de seguros e ainda há um grande espaço a ser ocupado.

A inclusão social de grande parte dos brasileiros requer novos produtos na área de seguros de pessoas e de bens?

O aumento do potencial de compra e a melhor distribuição de renda do brasileiro refletem diretamente no mercado de seguros, uma importante ferramenta de incentivo à educação financeira. Hoje, já existem muitos produtos ligados ao universo do consumo como o seguro garantia estendida e o seguro prestamista. Outro exemplo é o plano de saúde, que ainda é um dos principais desejos da população, inclusive a de baixa renda. No entanto, apesar desse crescimento, a consciência sobre a importância de proteger a vida e o patrimônio ainda é incipiente no Brasil, o que é um obstáculo para o setor. O seguro de residência, por exemplo, que protege um dos bens mais caros do brasileiro por um valor muito acessível, ainda é contratado para apenas 10% das residências. Para impulsionar ainda mais a disseminação do seguro, as seguradoras têm investido em produtos e serviços que se adequem às diferentes realidades existentes no País, tanto em relação às coberturas oferecidas quanto em relação ao valor médio do seguro.

O papel dos corretores é importante num momento de mudanças que o país vem sofrendo?

O corretor de seguros, por ser um profundo conhecedor de seguros, auxilia no desenvolvimento do mercado de seguros no Brasil, sendo o agente que vai ajudar o segurado a entender suas necessidades e buscar as melhores soluções disponíveis nas prateleiras. Diante da rápida transformação do perfil dos consumidores, o corretor de seguros também atua como um termômetro para medir as opiniões dos segurados em relação ao que está sendo oferecido, gerando melhorias para as operações de seguros.

Qual a importância da previdência complementar privada nesse cenário de evolução social?

O brasileiro já reconhece a importância de poupar. Nesse cenário, a previdência complementar ganhou maior visibilidade como um sistema eficaz de poupança em longo prazo: ela acumula recursos ao longo dos anos, acrescido de rentabilidade, garantindo uma renda mensal no futuro. O planejamento é fundamental em qualquer situação, especialmente tendo em vista o aumento da expectativa de vida da população. O resultado é que a necessidade de reserva deve ser maior para um futuro com equilíbrio financeiro.

Fonte: Monitor Mercantil