Enquanto a atividade de seguros brasileira avançou 85,8% nos últimos cinco anos, o mercado nordestino mais do que dobrou de tamanho. O salto foi de 121%, com a receita de prêmios pulando de pouco mais de R$ 6 bilhões, em 2009, para R$ 13,265 bilhões no ano passado.

Com esse crescimento, o Nordeste ampliou seu market share sobre o faturamento nacional de 7,7% para 9,2%, 1,5
ponto percentual a mais, segundo levantamento realizado pelo Jornal do Commercio com base nas estatísticas da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que não incluem o seguro-saúde.

A pesquisa mostra que nenhuma performance das demais regiões do País se iguala à conquistada pela nordestina nos últimos cinco anos. A expansão mais próxima foi de 92,8%, no Norte, ainda assim insuficiente para mexer em sua fatia na receita nacional,
que ficou praticamente inalterada em 1,8%, de 2009 para 2013. O Sul cresceu 89,2% e o Centro-Oeste, 83,3%, mas ambos
permaneceram estacionados com parcelas ao redor de 15,7% e 6,6%, respectivamente.

Já o Sudeste, onde a atividade de seguros se concentra, perdeu espaço. Sua participação de mercado, que era de 68,3%, em 2009, caiu para 66,5% em 2013, queda de 1,8 ponto percentual, embora a região tenha evoluído 81,1%. Aliás, foi a menor taxa de crescimento registrada no período.

Tal desempenho indica que o seguro ganha força fora do eixo Sudeste-Sul. No Nordeste, o único estado que não dobrou de tamanho de 2009 para 2013 foi o Rio Grande do Norte, com alta de 80,5%. O Ceará foi o que mais cresceu: 146,8%, seguido
de Sergipe, com 146,3%. Hoje, o Ceará é o terceiro maior polo de seguros do Nordeste. Perde para a Bahia, dona de 31% da
região, e Pernambuco, que responde por outros 25,2%. A parte cearense fica em 21,3%.

À frente

O feito do Nordeste, onde oito dos nove estados mais do que dobraram de tamanho em cinco anos, não foi observado
em outra região. No Sudeste, todos apresentaram crescimento abaixo de 100%. Dos sete estados que compõem o Norte, em quatro as vendas dobraram no período, mas não nos dois polos principais da região, que são Pará e Amazonas.

No Centro-Oeste, Goiás e Mato Grosso subiram 130,5% e 120,4%, respectivamente. E no Sul, apenas o Paraná cresceu acima de 100%.

Nos riscos patrimoniais, o Nordeste faturou R$ 905,1 milhões, avanço de 179,2% – o maior entre todas as regiões – ficou nada menos que 103,2 pontos percentuais acima da média nacional, que foi de 76% nos últimos cinco anos. Entre as principais carteiras de negócios, a região registrou expansão de 640,5% na garantia estendida, chegando a 346% nos riscos operacionais, que têm como clientes grandes empreendimento empresariais.

Em outro seguro destinado ao universo corporativo, a alta foi de 98,6%, alcançada nos pacotes empresariais. Os multirriscos residenciais, por sua vez, aumentaram 85,5%, e os voltados para condomínios, 66,6%. O segmento de pessoas foi outro cujas vendas no mercado nordestino subiram significativamente de 2009 para 2013. A alta foi de 146,8%, superada apenas pelos 165% do Norte. A média brasileira de crescimento situou-se na faixa de 89%.

O destaque no Nordeste ficou com seguro prestamista, produto ligado ao consumo, que evoluiu 1.200,7%. O seguro de viagem aumentou 209% e o de acidentes pessoais, 173,2%. Desempenho expressivo entre 2009 e 2013 também foi observado na carteira de veículos (seguros de cascos, responsabilidade civil facultativa e assistências), onde o Nordeste apresentou o segundo maior crescimento, de 73,5%, quatro pontos percentuais acima da média nacional (69,4%). O Sul foi o que mais cresceu: 81,4%. O Nordeste também não ficou atrás no VGBL, ao contrário, foi onde o produto mais avançou frente às outras regiões nos últimos cinco anos: 168,7%, 62,5 pontos percentuais acima da média brasileira de 106,2%.

Fonte: Jornal do Commercio RJ