Medida deverá contribuir para reduzir drasticamente índice de roubo e furto de veículos no estado e baixar prêmios

A lei que regulamenta o desmanche de carros no Estado de São Paulo foi avaliada positivamente pelo diretor-executivo da FenSeg, Neival Freitas. A seu ver, esta medida contribuirá para reduzir drasticamente os índices de roubo e furto de veículos no estado, o que tornará os preços do seguro de automóveis mais baratos e ampliará a demanda naquela praça. E também terá reflexos difusos positivos em outros indicadores de segurança pública, como o de número de latrocínios, ou de saúde, tendo em vista a perspectiva de recuo no atendimento médico prestado às vítimas de roubo quando seguido de violência. Ou seja, boa notícia também para as seguradoras dos ramos de Pessoas e de Saúde Suplementar.

Segundo o governador Geraldo Alckmin, 50% das mortes no estado se devem a latrocínios envolvendo roubo de carros. Neival Freitas concorda com este diagnóstico, lembrando que esta evidência é confirmada por experiências similares adotadas em outros países. Um bom exemplo é a Argentina, onde a regulamentação de desmanche, aprovada em 2003, fez o índice de roubos e furtos baixar 50%, além de reduzir em 30% as mortes que ocorriam durante assaltos aos motoristas do país vizinho.

No Brasil, como a legislação que regulamenta os desmanches não é adotada nacionalmente, como na Argentina, não é possível quantificar de quanto será a queda nos indicadores de roubo e furto de veículos. Entre especialistas, o consenso é de que o ideal seria que outros estados adotassem uma legislação similar à de São Paulo para que a queda de roubo e furto se tornasse mais uniforme no País, evitando-se também a migração dos desmanches ilegais para outras regiões.

De qualquer forma, a perspectiva de forte redução dos roubos e furtos em São Paulo deve ser bastante promissora para todo o mercado de seguros, já que o estado é o maior em receita de prêmios de auto e também de sinistros. Afinal, do total de veículos roubados em todo o País- foram 338,6 mil até outubro- 185,8 mil ocorreram em São Paulo, respondendo por 47,8% das ocorrências. Da receita nacional de prêmios gerada no seguro de automóveis, na casa de R$ 24,2 bilhões até outubro, 42% são originados na praça de São Paulo, que responde por 41,5% dos sinistros pagos nesta modalidade.

Agora, as empresas que atuam no desmanche vão ter de estar cadastradas no Detran e na Secretaria de Fazenda de São Paulo para comercializar autopeças. Além do nome da empresa listada no site da Secretaria de Segurança Pública, haverá um serviço de web denúncia, incentivando os cidadãos a denunciarem os depósitos irregulares. Também será criado um sistema para permitir rastrear todas as etapas do processo de desmontagem, desde a origem das peças ou partes, até o registro de sua saída. Este maior controle aumenta a garantia de segurança das peças ao consumidor final e fiscalização efetiva das empresas de desmanche. E, indiretamente, abre caminho para que haja um ambiente favorável para a introdução do seguro popular, que depende da venda de autopeças usadas e certificadas.

Fonte: CNseg