Um novo modelo de fraude no Seguro Dpvat começa a ser investigado em Montes Claros: laudos com nomes falsos de médicos e que curiosamente sequer estavam assinados. Os casos foram denunciados pela Seguradora Líder, que faz a gestão do Dpvat e foram registrados no ano passado, mas somente agora descobertos. Os hospitais foram acionados pelo Ministério Público e Polícia Federal para esclarecerem os casos. Nos laudos, eram carimbados os nomes dos médicos, mas sem a assinatura. Também não apareciam os nomes dos responsáveis pela emissão do laudo. No dia 13 de abril a Polícia Federal realizou a Operação Tempo de Despertar, com a prisão de 39 envolvidos em fraudes no Dpvat em cidades do Norte de Minas.

O presidente nacional da Seguradora Líder, Ricardo Xavier, explicou que desde o ano de 2009 que o consórcio passou a intensificar suas investigações em Montes Claros, diante do alerta feito pelo Poder Judiciário. O Sistema de Prevenção e Combate às Fraudes passou a fazer uma filtragem mais rigorosa dos casos de Montes Claros que apresentavam sinais de falsificação. Com isso, 115 notícias-crimes foram encaminhadas à Polícia Civil e Ministério Público, pois foram casos atípicos, como os casos dos laudos que estavam sem assinaturas. Ele destaca que a Seguradora Líder é vítima do processo de fraudes ocorridos em Montes Claros e por isso, esteve várias vezes na cidade para discutir essa situação.

No caso dos acordos considerados suspeitos pela Polícia Federal, Ricardo Xavier lembra que existe orientação do Conselho Nacional de Justiça e Tribunais Estaduais para a conciliação judicial, como forma de reduzir a quantidade de processos. A Líder Seguradora recebeu o prêmio Inovare, da Justiça, pela sua busca em conciliações. Temos uma média de 2.300 pedidos de indenizações por dia. Não dá para atermos a detalhes. Somente no ano de 2014, apresentamos 4 mil notícias-crimes de suspeitas de fraudes. No Norte de Minas não foi diferente, explica o presidente Ricardo Xavier.

A Gazeta apurou que este novo modelo de fraudes surpreendeu à Polícia, pois até então, existiam atestados e laudos fornecidos por médicos de danos causados a pacientes vítimas de acidentes.

Um dos médicos que teve o seu nome no laudo conseguiu provar que neste dia estava atendendo em outro local e nunca poderia ser autor do laudo médico apresentado pela suposta vítima.

Fonte: Gazeta Norte Mineira