Voltados à classe C, planos básicos variam de R$ 5 a R$ 40 e cobrem até mordida de cachorro

Com proteção ampliada e mais benefícios inclusos, como reparo elétrico e desconto na compra de eletrodomésticos, e preços de planos básicos variando entre R$ 5 e R$40 por mês, os seguros residenciais cresceram 60% no primeiro semestre. Os dados são da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Na onda do crescimento do setor, especialistas recomendam que os consumidores pesquisem a apólice que se enquadre em seu perfil antes da contratação.

Na Caixa Econômica, por exemplo, com R$ 5,80 por mês, o segurado é protegido por roubo e pagamento de aluguel de até R$ 1,2 mil em caso de perda do emprego. Já o seguro Ouro Residencial, do Banco do Brasil, oferece plano básico a partir de R$ 59 ao ano (R$ 4,91 ao mês) com cobertura contra incêndio, assim como os demais. Todos podem ser ajustados conforme com a necessidade do segurado. O SulAmérica Residencial custa a partir de R$ 40 ao mês e possui descontos em sites de compras e em locação de carro. O Itaú tem seis planos que cobrem diferentes serviços a partir de R$ 11,50 mensais, como o conserto de eletrodoméstico. Outros são Bradesco Seguros (R$11,24), Porto Seguro (R$ 33) e Mapfre (R$ 15).

Nos últimos anos, com a ascensão da classe C, o seguro residencial também se popularizou entre as famílias de baixa renda. O corretor Ricardo Pires levou o serviço para a favela Santa Marta, onde é morador.

“O bilhete foi lançado em 2010 a R$ 9,90, cobrindo até mordida de cachorro. Cheguei a vender 70 em três meses. A valorização dos imóveis fez o morador cuidar mais de sua casa”, disse.

Diretor comercial da Seguralta, Nilton Dias confirma que, os brasileiros, principalmente os da nova classe média, contratam os serviços para proteger os seus bens. Para o executivo, uma das facilidades é o parcelamento dos preços.

“Esses valores cabem no bolso. O simples cálculo da relação custo-benefício que este tipo de seguro proporciona, torna a aquisição atraente”, garante Dias.

Com tantas opções, antes de contratar o seguro residencial é preciso levar em conta se o pacote vai repor o sinistro ocorrido no imóvel, explica o professor José Varanda, da Escola Nacional de Seguros.

“O consumidor tem que olhar além do preço baixo do seguro, porque ele pode vir a ter que pagar por algum serviço depois. Vale a pena montar o pacote próprio”, orienta.

SEGURADORAS EXCLUEM ITENS DE SUAS APÓLICES

Um levantamento divulgado pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), em agosto, mostra que muitas seguradoras excluem alguns itens de suas apólices, apesar delas terem o direito de não aceitar cobrir determinado tipo de imóvel.

A nota mais alta da pesquisa foi da Bradesco Seguros, com 70 pontos, seguida da Porto Seguro (55) e Mapfre (49). A Bradesco foi a única seguradora a obter nota máxima em três itens de cobertura: incêndio, queda de raio e explosão; furto ou roubo e privação temporária da habitação.

Além desses itens, a avaliação da Proteste tomou como base a cobertura de granizo, desmoronamento, responsabilidade civil e danos elétricos.Em março, os membros da instituição enviaram questionários para as 16 maiores seguradoras do país, embora apenas seis tenham respondido. Foram analisadas 234 apólices de seguros e algumas coberturas adicionais. Também foram solicitadas cotações a corretores, consultaram sites e entraram em contato com as companhias por telefone e via e-mail. Nas apólices, a associação avaliou as coberturas adicionais oferecidas consideradas essenciais para a proteção de uma residência.

A Proteste tem, hoje, mais de 200 mil associados em todo o país e é a maior associação de consumidores da América Latina.

Fonte: O Dia