A Copa tem aquecido a demanda por alguns tipos de seguros específicos este ano. Além do seguro contratado para garantir as partidas de futebol, que foi fechado pela seguradora Munich Re no valor de US$ 400 milhões, seguros de transporte e responsabilidade civil tiveram uma procura maior por causa do Mundial, comentam executivos do mercado. Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) mostram que em abril desse ano teve foram emitidos R$ 260,9 milhões para o seguro de transporte nacional e para responsabilidade civil foram de R$ R$ 232,3 milhões.

De acordo com dados do Grupo BB e Mapfre, o produto de transporte da companhia apresentou uma expansão de 5% comparada ao mesmo período de 2013. O superintendente executivo de transportes, Carlos Eduardo Polízio comenta que o mercado de varejo, especificamente de eletrônicos e televisores que saem da Zona Franca de Manaus, em direção ao restante do país, aqueceu o seguro de transporte. “A produção de eletrônicos necessita chegar aos grandes centros urbanos e a cabotagem tem sido muito utilizada pelos fabricantes. Na chegada aos portos, as mercadorias também são transportadas aos centros de distribuição, e toda a cadeia logística é suportada pelo seguro de Transportes”, explica.

Ano passado, o Grupo arrecadou em seguro de transportes R$ 298 milhões em prêmios diretos, 14% a mais que em 2012, quando a carteira totalizou R$ 250 milhões. Polízio acrescenta que o mercado de seguro de transportes, este ano, deve seguir as expectativas da Susep, com crescimento entre 10% a 12%”. Os números mostram que hoje, no Brasil, há forte e crescente demanda por essa modalidade de seguro, especialmente pelo fato de o país estar reforçando sua posição no cenário de exportações”, afirma.

Outro produto que a BB e Mapfre percebeu uma procura maior esse ano foi para seguro de automóvel para taxistas. Este ano o produto teve um crescimento de 4% e atualmente a carteira possui aproximadamente 70 mil apólices, afirma o diretor-geral de automóvel, Jabis Alexandre. Além das coberturas de colisão, incêndio, perda e roubo o seguro também conta com a cobertura de responsabilidade civil, que cobre danos matérias e corporais, que o taxista causou a terceiros.

De acordo com Alexandre, nos primeiros meses deste ano, os taxistas passaram a procurar também por seguros para a proteção dos passageiros, que faz parte do segmento de responsabilidade civil. Para atender essa demanda, desde maio a seguradora incluiu esse tipo de cobertura para o seguro de automóvel para taxistas, que passa a ser item básico. “A cobertura é válida para casos de acidentes de trânsito que resultam em morte, invalidez ou despesas hospitalares envolvendo os passageiros do veículo”, explica Alexandre.

Segundo o executivo, o valor para a apólice varia conforme o contrato que será fechado, mas o valor inicial da cobertura é de R$ 50 mil.

No mercado de eventos, a Yasuda Marítima Seguros percebeu que sua carteira de responsabilidade civil de eventos teve um aumento de 15% na emissão de apólices em abril, e de 10% para maio, comparado com os mesmos períodos do ano passado. A coordenadora da área de responsabilidade civil, Regiane de Camargo explica que para atender as exigências da Fifa, eventos secundários que são gerados por causa do evento, tiveram que contratar esse tipo de produto. “São empresas de engenharia, organizadores de eventos e estabelecimentos que para montar eventos, telões, estruturas para o metrô e garantir de hospedagem para turistas que contrataram nosso seguro”, informa. A executiva ressalta que o mercado de seguro de responsabilidade civil sempre foi aquecido. “Em relação ao ano passado esse segmento apresentou uma demanda maior e acreditamos essa tendência que vai continuar ao decorrer do ano”.

Em campo

Um estudo apresentado pelo Lloyd’s, em parceria com o Centre For Economics & Business Research (CEBR), avalia as equipes de futebol que participam da Copa, com base no valor segurável de cada time, estimando um valor total para todos os times de US$ 10, 5 bilhões. O estudo também mostra que o time de Brasil, Inglaterra, Alemanha e Espanha são os mais caros em termos de seguros. Entre os grupos, o G é o considerado o mais forte, com um valor segurável combinado de 1,2 bilhão de libras. Já o grupo C é considerado o mais fraco e, portanto, tem o valor mais baixo, estimado em 340 milhões.

Fonte: DCI