Com o Sudeste dando sinais de enfraquecimento, nova estratégia é investir no Nordeste, onde 11 novas companhias abriram representações ou filiais só nos últimos cinco anos

Levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) indica que, em número de beneficiários de planos de saúde, área subordinada à Agência Nacional de Saúde Suplementar, o Nordeste foi a região do País que registrou a maior taxa de expansão no período de 12 meses encerrados em setembro último: 6%, totalizando mercado de 6,640 milhões de usuários. O avanço nordestino situou-se bem acima da média nacional, de 3,2% e o Norte, por sua vez, aumentou 5,8%, chegando a 1,8 milhão de beneficiários. O ainda maior mercado do País, o Sudeste cresceu abaixo do mercado nacional (2,6%), ao atingir 31,1 milhões de usuários. No Brasil, o número de beneficiários de pla-nos de saúde médico-hospitalar foi a 49 milhões, alta de 3,1%.

Tal como a pesquisa do IESS, os dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) também mostram a interiorização dos seguros de pessoas e de danos, no acumulado em 12 meses encerrados em outubro último. Com alta de 17%, aos R$ 13,147 bilhões, o Nordeste surge entre as regiões de maior crescimento, ao lado do Sul, com taxa equivalente, aos R$ 22,750 bilhões, e só superado pelo Centro-Oeste (22,3% e receita de R$ 9,469 bilhões). Já o Sudeste, com prêmios de R$ 95 bilhões, aparece com expansão de 14,6%, abaixo da média nacional, que ficou em 15,6%, aos R$ 142,898 bilhões.

Expansão geográfica

Outros dados da Susep reforçam essa busca por mercados alternativos, fora principalmente do eixo Rio-São Paulo. No Nordeste, há cinco anos, as seguradoras ou grupo delas operando na região com faturamento superior a R$ 1 milhão chegava a 60, número que pulou para 73 em 2013, representando aumento de 18,3%. No Norte, o salto foi ainda maior, de 54,8%, ao passar de 42, em 2008, para 65 seguradoras atuando na região em 2013. A concorrência também aumentou no Centro-Oeste, onde hoje há na região 74 seguradoras em atividade, contra 60 há cinco anos.

Sem o VGBL, a fatia de 8,7% do Nordeste no faturamento nacional do mercado avançou 0,4 ponto percentual em 12 meses encerrados em outubro último, confrontado aos 8,3% de idêntico período anterior. O avanço nordestino igualou-se ao do Sul e foi inferior apenas ao do Centro-Oeste, cuja parcela evoluiu 0,5 ponto percentual. O Sudeste, ao contrário, perdeu 0,5 ponto percentual de participação.

Os dados da Susep em 12 meses fechados em outubro último mostram que o crescimento do Nordeste está baseado em três segmentos chaves: veículos, pessoas e patrimonial, refletindo, sobretudo, o aumento da renda e o desempenho econômico regional. O seguro de automóvel, por exemplo, aumentou 24,1%, 5,5 pontos percentuais acima da média nacional. Já o seguro residencial subiu 21%, igualando-se à média do Brasil, enquanto a garantia estendida de bens superou em 12,1 pontos percentuais a média nacional.

No setor empresarial, o Nordeste aponta igualmente índices robustos de expansão em 12 meses, fechados em outubro último. O seguro multirrisco, que engloba várias coberturas, evoluiu 19,3%, 5 pontos percentuais acima do mercado brasileiro, que em outra modalidade, a de riscos operacionais, ficou abaixo de expressivos 85 pontos percentuais frente ao Nordeste, onde esse tipo de seguro dobrou de tamanho. A carteira de veículos respondeu por 27,1%, ou por R$ 3,560 bilhões, de todo o faturamento captado pelas seguradoras na região. Já a carteira de produtos patrimoniais representou 6,7% do total, com R$ 884 milhões.

Vida

O segmento de pessoas, conforme relatam os números da Susep, girou na região nordestina R$ 1,895 bilhão em 12 meses, 14,4% do total. O ramo cresceu significativos 28,3%, contra 18,2% do mercado nacional. Só o seguro de vida, o mais expressivo, aumentou 19,5%, para R$ 836,8 milhões. O prestamista, por sua vez, com receita de R$ 598,3 milhões, subiu 43,8%. Embora com menor peso, o seguro educacional deu pulo de 472,3%, pouco acima dos 440,7% contabilizados nos seguros dotais, aqueles que indenizam o beneficiário por sobrevivência ou morte. Já a expansão do seguro de viagem chegou a 130% e auxílio funeral saltou 61,4%.

Fonte: Jornal do Commercio